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A (re)configuração da privacidade em ambiente laboral público, em especial quanto às medidas de controle interno estatais
uma “reabilitação” democrática das relações especiais de poder?



Estado democrático de direito, Controle interno estatal., Direitos fundamentais, Ordenamento jurídico brasileiro, DIREITO ADMINISTRATIVO, Coleção Vozes femininas inspiradoras


Sinopse

COLEÇÃO VOZES FEMININAS INSPIRADORAS
Coleção de Trabalhos Acadêmicos, Visões, Estudos e Análises Jurídicas de Mulheres

COORDENAÇÃO
HERTA RANI TELES SANTOS
MÔNICA ÉLLEN PINTO BEZERRA ANTINARELLI
CLÁUDIA APARECIDA DE SOUZA TRINDADE

A forma como o Estado controla internamente a atividade de seus servidores públicos é um importante e pouco explorado instrumento de combate à corrupção. Tal atividade, entretanto, encontra limites em um possível conflito com o direito à privacidade dos servidores públicos. Propõe-se analisar, à partida, o principal baldrame jurídico que ampara a atividade de controle estatal – legalidade, interesse público, boa administração e transparência –, bem como os aspectos gerais do controle estatal e, de forma específica, do controle interno enquanto atividade de controle realizada pelo Estado-Administração sobre seus próprios atos. Na sequência, examina-se a forma como o Estado se relaciona com os seus servidores públicos, considerando tanto a organização hierárquica administrativa quanto a natureza da relação funcional e sua qualificação como uma relação de sujeição especial. Apresenta-se, então, os contornos de uma forma específica do controle interno, que diz respeito à forma como os servidores exercem a atividade pública, considerando especialmente um viés de integridade pública – o controle de conduta. Em seguida, analisa-se a aplicabilidade dos direitos fundamentais no âmbito da relação funcional como uma relação de sujeição especial e frente ao controle de conduta estatal, inferindo-se a necessidade de harmonizá-los com o cumprimento da finalidade do ente público. De forma específica, examina-se os aspectos do direito fundamental à privacidade do servidor público no ambiente de trabalho público, especialmente em comparação com o âmbito de trabalho privado, para se concluir que, no contexto da atividade laboral, o direito à privacidade do servidor público tem âmbito de proteção efetivo mais comprimido do que o direito à privacidade do empregado privado. Ao fim, avaliam-se as possíveis hipóteses de conflito entre o direito à privacidade do servidor público e o controle de conduta estatal, para finalmente se apresentar uma delimitação concreta do controle de conduta.

Metadado adicionado por Arraes Editores em 30/10/2024

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9786559292950 (ISBN da coleção)


Metadados adicionados: 30/10/2024
Última alteração: 30/10/2024

Autores e Biografia

Gontijo, Danielly Cristina Araújo (Autor)

Sumário

Sumário
INTRODUÇÃO……………………………………………………………………………………… 15

Apresentação do problema……………………………………………………………. 15
Justificação contextual………………………………………………………………….. 17
Tema e objeto………………………………………………………………………………… 22
Estado da arte……………………………………………………………………………….. 24
Objetivos gerais e específicos………………………………………………………… 25
Método e estrutura……………………………………………………………………….. 25
PARTE I. A ATUAÇÃO ESTATAL NO ESTADO DEMOCRÁTICO
DE DIREITO…………………………………………………………………………………………. 29
Capítulo 1
ALGUMAS BALIZAS DO ATUAR ADMINISTRATIVO APLICÁVEIS
AO CONTROLE INTERNO ESTATAL………………………………………………… 31
O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE…………………………………………………….. 31
1.1. Da submissão à lei à submissão ao Direito……………………………………… 31
1.2. Da (necessária) submissão do atuar administrativo aos direitos
fundamentais…………………………………………………………………………………………… 35
1.3. A constitucionalização do direito: crise do princípio da legalidade?. 40
1.4. Enfim: uma visão contemporânea do princípio da legalidade………… 44
O INTERESSE PÚBLICO COMO FIM DA ATIVIDADE
DO ESTADO………………………………………………………………………………………….. 49
2.1. Breve histórico sobre a concepção de interesse público e o
surgimento da tese da supremacia do interesse público sobre o
interesse particular…………………………………………………………………………………… 50
2.2. O regime jurídico-administrativo e o interesse público…………………… 52
2.3. O princípio da supremacia do interesse público em xeque: uma
crítica constitucional………………………………………………………………………………. 56
2.4. O que dizem as vozes que não fazem coro ao réquiem…………………… 72
2.5. A discussão sobre o princípio da supremacia do interesse público
sobre o particular no ordenamento jurídico brasileiro…………………………… 83
2.6. O interesse público como fim da atividade do Estado……………………. 88
O DEVER DE BOA ADMINISTRAÇÃO………………………………………….. 96
3.1. O surgimento da ideia de boa administração no contexto europeu…… 97
3.2. O conteúdo da “boa administração” no âmbito da Carta dos
Direitos Fundamentais da União Europeia…………………………………………….. 101
3.3. O direito à boa administração no ordenamento jurídico interno
de Portugal………………………………………………………………………………………………. 109
3.4. O direito à boa administração no ordenamento jurídico brasileiro:
princípio, direito ou dever?……………………………………………………………………. 113
O DEVER DE TRANSPARÊNCIA ESTATAL…………………………………… 124
4.1. O direito fundamental de acesso à informação……………………………….. 125
4.2. O direito à informação administrativa ou à informação pública……. 133
4.3. Os deveres estatais de publicidade e transparência…………………………… 143
4.3.1. Informação, publicidade e transparência: fundamentos do
Estado de direito, do Estado democrático e do Estado republicano….. 144
4.3.2. As dimensões da publicidade e da transparência……………………. 149
4.4. Enfim, a accountability………………………………………………………………………. 160
Capítulo 2
O CONTROLE INTERNO ESTATAL………………………………………………….. 165
OS CONTROLES DO ESTADO……………………………………………………….. 165
1.1. O moderno conceito operatório de controle estatal………………………… 165
1.2. Os fundamentos do controle estatal………………………………………………… 170
1.3. O controle institucional e o controle social…………………………………….. 174
1.4. Qual a razão última do controle da atividade administrativa
do Estado?……………………………………………………………………………………………….. 180
O CONTROLE ADMINISTRATIVO INTERNO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA………………………………………………………………. 182
2.1. Visão geral do controle interno estatal…………………………………………….. 182
2.2. Do contexto do controle na administração burocrática à moderna
ótica de integridade…………………………………………………………………………………. 185
2.3. Da abrangência da concepção de controle interno………………………….. 194
2.4. O controle interno para efeitos de controle da integridade pública… 202
2.5. Razão de ordem e recorte temático………………………………………………….. 219
PARTE II. O CONTROLE INTERNO ESTATAL EM RELAÇÃO
AOS SERVIDORES PÚBLICOS………………………………………………………….. 221
Capítulo 1
DA FORMA COMO O ESTADO SE RELACIONA COM OS
SERVIDORES PÚBLICOS……………………………………………………………………… 223
A RELAÇÃO FUNCIONAL………………………………………………………………. 223
1.1. A personalidade jurídica do Estado e a manifestação da vontade estatal… 223
1.2. Os agentes públicos e a delimitação do conceito de servidor público…… 234
1.3. A burocracia e a história recente da relação funcional…………………….. 239
1.4. A natureza jurídica do vínculo funcional………………………………………… 242
OS SERVIDORES PÚBLICOS NA ORGANIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA DO ESTADO………………………………………………………… 251
2.1. Os poderes e os deveres funcionais na organização hierárquica
administrativa………………………………………………………………………………………….. 251
2.2. Em especial, o poder disciplinar………………………………………………………. 261
2.3. A posição dos servidores na organização administrativa do Estado………. 268
AS RELAÇÕES DE SUJEIÇÃO ESPECIAL………………………………………. 273
3.1. Por que ainda é necessário tratar da teoria das relações de
sujeição especial………………………………………………………………………………………. 273
3.2. O desenvolvimento teórico e a reabilitação democrática das
relações de sujeição especial…………………………………………………………………….. 277
3.3. A relação funcional como uma relação de sujeição especial……………. 306
Capítulo 2
OS DIREITOS FUNDAMENTAIS NO ÂMBITO DAS RELAÇÕES
DE SUJEIÇÃO ESPECIAL E, EM ESPECIAL, NO PLANO DO
CONTROLE DE CONDUTA……………………………………………………………….. 311
DELIMITANDO OS CONTORNOS DO CONTROLE DE
CONDUTA…………………………………………………………………………………………….. 311
1.1. O controle comportamental numa perspectiva preventiva do
controle de conduta………………………………………………………………………………… 316
1.2. Os deveres funcionais: uma perspectiva repressiva do controle
de conduta………………………………………………………………………………………………. 334
1.2.1. O regime disciplinar……………………………………………………………….. 335
1.2.2. O regime de censura ética: as “infrações morais”……………………. 353
A RESTRINGIBILIDADE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS………. 365
12
2.1. O vínculo de sujeição especial como um possível fundamento
de restrições específicas a determinados direitos fundamentais……………… 390
OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS SERVIDORES NO
ÂMBITO DA RELAÇÃO FUNCIONAL: EM ESPECIAL, O
CONTROLE DE CONDUTA……………………………………………………………….. 405
PARTE III. A (RE)ANÁLISE DO DIREITO À PRIVACIDADE
DOS SERVIDORES PÚBLICOS E O CONTROLE INTERNO
DE CONDUTA……………………………………………………………………………………… 411
Capítulo 1
UMA (RE)CONFIGURAÇÃO DO DIREITO À PRIVACIDADE……….. 413
A VALORAÇÃO MODERNA DA PRIVACIDADE…………………………. 413
1.1. A privacy comportamental ou decisional e a privacy informacional…. 427
1.2. O direito à autodeterminação informativa………………………………………. 437
1.3. Uma visão multidimensional da privacy…………………………………………. 443
O DIREITO À PRIVACIDADE NA ORDEM JURÍDICA
BRASILEIRA…………………………………………………………………………………………… 449
2.1. A insuficiência do simples critério semântico………………………………….. 449
2.2. O direito à privacidade no ordenamento jurídico brasileiro
como cluster right funcionalizado à amplitude do conceito………………….. 463
Capítulo 2
O DIREITO À PRIVACIDADE NO AMBIENTE LABORAL……………… 473
O DIREITO À PRIVACIDADE NO AMBIENTE LABORAL PRIVADO. 473
1.1. A eficácia dos direitos fundamentais pressupostos na relação
de trabalho………………………………………………………………………………………………. 474
1.2. Os poderes do empregador………………………………………………………………. 476
1.3. O direito à privacidade do empregado…………………………………………….. 483
O DIREITO À PRIVACIDADE EM AMBIENTE LABORAL
PÚBLICO………………………………………………………………………………………………… 488
2.1. Pressuposto da análise (i): a relação funcional como uma espécie
de relação de sujeição especial democraticamente reabilitada………………… 490
2.2. Pressuposto da análise (ii): a menor liberdade de conformação
do poder de controle estatal, em razão da submissão ao princípio
da juridicidade…………………………………………………………………………………………. 492
2.3. Pressuposto da análise (iii): a fundamentação do controle de
conduta na tutela do interesse público…………………………………………………… 494
2.4. Pressuposto da análise (iv): a fundamentação do controle de
conduta na boa administração………………………………………………………………… 497
2.5. Pressuposto da análise (v): o direito fundamental à informação
e o dever estatal de transparência como elementos que afetam a
privacidade no ambiente laboral público……………………………………………….. 500
2.6. Pressuposto da análise (vi): o controle de conduta como elemento
que intensifica a importância da procedimentalização, reforçando
a segurança jurídica da atuação estatal……………………………………………………. 503
2.7. Pressuposto da análise (vii): o controle de conduta como elemento
que reforça o controle social…………………………………………………………………… 504
2.8. Pressuposto da análise (viii): o servidor público como pessoa pública….. 506
2.9. Os poderes do “Estado-empregador”……………………………………………….. 508
2.10. Diretrizes gerais para a conformação do conflito entre o direito
à privacidade do servidor e o controle de conduta no espaço laboral
público…………………………………………………………………………………………………….. 511
Capítulo 3
ENFIM, A CONFORMAÇÃO PRÁTICA ENTRE O
CONTROLE DE CONDUTA E A PRIVACIDADE DOS
SERVIDORES PÚBLICOS……………………………………………………………………… 521
O CONTROLE COMPORTAMENTAL E O DIREITO À
PRIVACIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO…………………………………………. 522
1.1. Potenciais medidas de mitigação de riscos para a integridade pública.. 522
1.2. O monitoramento dos e-mails dos servidores públicos…………………… 534
1.3. O monitoramento da navegação na web em dispositivos
funcionais e pessoais……………………………………………………………………………….. 538
1.4. O monitoramento de telefones funcionais: os dados e conteúdos
de comunicações telefônicas, os aplicativos de mensagem instantânea
e os serviços de geolocalização………………………………………………………………… 541
1.5. O tratamento de dados pessoais dos servidores públicos como
medida de mitigação do risco de conflito de interesses………………………….. 547
1.6. O tratamento de dados patrimoniais dos servidores públicos
como medida mitigatória de enriquecimento ilícito………………………………. 558
1.7. O comportamento humano como ferramenta de mitigação dos
riscos de quebra de integridade……………………………………………………………….. 566
CONTROLE DE CONDUTA REPRESSIVO E O DIREITO À PRIVACIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO…………………………………………. 573
2.1. Da possibilidade de o controle preventivo dar ensejo ao controle repressivo…………………………………………………………………………………………………. 576
2.2. Os poderes de instrução no processo disciplinar e a possibilidade
de produção de provas que conflituem com o direito à privacidade
dos servidores públicos……………………………………………………………………………. 579
2.2.1 Provas decorrentes das comunicações do servidor público –
em andamento e já finalizadas – utilizando equipamentos
funcionais…………………………………………………………………………………………. 586
2.2.2. Provas decorrentes de dados de navegação na rede…………………. 590
2.2.3. Provas decorrentes de dados de geolocalização……………………….. 592
2.2.4. A possibilidade de prova emprestada………………………………………. 593
2.2.5. A amplitude dos meios de prova digitais………………………………… 596
CONCLUSÃO………………………………………………………………………………………… 601
BIBLIOGRAFIA……………………………………………………………………………………… 609



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