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Livro Impresso

Eu, Gregório



prosa, romance, GLBT, gato, drama


Sinopse

Imagine que seu mundo está desabando ao redor, que tudo o que você mais ama está morrendo. Imagine uma vida tranquila, cheia de amores e desamores, com amigos e inimigos próximos e distantes. Agora, imagine que você é um gato.
"Eu, Gregório" é uma surpreendente narrativa de um personagem aprisionado em sua espécie, lutando bravamente contra o inevitável da vida.
Mas o que espera você neste livro está longe de ser uma simples história narrada por um felino, ela vai muito além do que as palavras escritas dizem. É sim uma emocionante história de amores impossíveis, concessões e perdas.
E, se no final do livro, você soltar um miado, tudo bem, todos nós temos um pouco (ou muito) de Gregório dentro de nós.
Miau.

“A felicidade é uma mentira e a mentira é salvação” escreveu Renato Russo na música Natalia, em seu penúltimo disco de estúdio com a Legião Urbana – A Tempestade. Essa frase sintetiza "Eu, Gregório", que assim como o disco, busca ansiosamente expor um amor visceral, um amor tão grande que não vê gênero, raça ou espécie. Raul Moreira escancara uma absurda necessidade de aceitação, dessas que só quem teve um coração despedaçado sabe como é sentir. Mas tome cuidado: é muito fácil se deixar levar por uma interpretação superficial, que aponta uma mera paixão platônica. Uma leitura atenta aponta que há muito mais nas entrelinhas. Sexo, perversão, crime, castigo, desejos reprimidos e falas silenciadas se espalham pelas páginas, em uma angustiante narrativa que expõe todas as fraquezas do ser humano e sua necessidade em ser relevante.

Gregório não é Raul, Gregório é um gato, e, como tal, ele é prisioneiro de sua espécie. Mudo, castrado, um expectador silencioso e passivo, que assiste um mundo cercado de humanos, gigantes caquéticos que fornicam, adoecem e morrem. Porém, para o bem ou para o mal, Gregório anseia fazer parte disso: ele quer ser a amiga,a amante, a confidente – mas é somente um gato! Essa frustração do não poder expõe todas as fraquezas de uma sociedade que julga sem conhecer, se apega a estereótipos e castiga quem tenta ser humano.

A melancolia de Gregório faz dele um Pribslav Hippe (personagem de A Montanha Mágica, de Thomas Mann) felino. Nesse romance, Hippe foi inspirado no amante do escritor, uma homenagem a um amor impossível. Gregório vive o impossível.

Mimi, a antagonista de Gregório e seu objeto de desejo, é apenas um pano de fundo para uma narrativa que busca expor desejos maquiados de preocupação e expectativas. A função de Mimi é ser um espelho, um mito, o inalcançável. Acompanhar sua decadência não é mais triste do que acompanhar a frustração de Gregório, o gato que queria ser mulher. Ao terminar esse livro, o que nos resta é a mesma desolação e satisfação de quem escuta o derradeiro disco de sua banda preferida. Eu, Gregório é para ler escutando A Tempestade, sem medo de se emocionar.

Metadado adicionado por Noir em 18/09/2018

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Metadados adicionados: 18/09/2018
Última alteração: 28/07/2020

Autores e Biografia

Moreira, Raul (Autor), Hernandez, André (Projeto gráfico)

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