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Filologia e romance
Almeida Garrett, Eça de Queirós e Carlos de Oliveira



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Sinopse

A filologia, ao longo da sua extensa história, é um modo de produzir presença. A fixação e edição de textos sempre teve como horizonte último o poder tocar - e ser tocado por - um autor ou um tempo pretéritos. A potestade da faculdade filológica reside nesta aspiração de um contato não mediado entre o autor e o leitor, o passado e o presente.

Ao longo deste livro, uso o vocábulo "filologia" vinculando o, sobretudo, a esta prática de fixação e edição de textos. Retiro dela um conjunto de figurae, um conjunto de tropos que ti-lizo para ler um corpus de romances "maiores" da literatura portuguesa. A implicação da tópica filológica tem, neste senti-do, uma intenção crítica.

Nos estudos aqui reunidos, sobre Viagens na minha terra (1846) de Almeida Garrett, A cidade e as serras (1901) de Eça de Queirós, e Finisterra (1978) de Carlos de Oliveira, a "teoria" é entendida como corpus de textos que subjazem a um determinado campo cultural - essencialmente universitário - sustentado por mais ou menos empenhados conflitos interpretativos. Assim, arriscando uma segunda descrição, o que também disseminadamente se argumenta neste tríptico de ensaios é que o devir dessa conflitualidade é a sua desdialectização: os seus produtos são capital filológico, cujo legado passa pelo vetusto desiderato de ser, a Filologia, "ciência de ciên-cias". Num certo sentido, creio que é também este fim que tanto podemos ler na figura da "gisandra" de Finisterra como na "obra-ápside" de Carlos de Oliveira.

Em ambos os casos, o saldo é comum: o por vir é filológico - uma posteridade de letra morta. Mais teoria é mais filologia [...], ambas com sustenção em modus philologicus, isto é, um sem fim à vista, com/sem sujeito e com/sem objeto. Por outras palavras: narcosis construtiva. A Filologia é um Romance, um romance que sustenta o Romance, e é esta sageza que nos propõem as obras em análise, qualquer delas lugares capitais da ficção moderna da literatura portuguesa. (Pedro Serra)

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Sobre o autor: Pedro Serra (1969) é professor titular de Literatura Portuguesa na Universidade de Salamanca, onde se doutorou. Autor de diversos ensaios dedicados à poesia e ao romance contemporâneos, co-organizou, com Osvaldo M. Silvestre, o volume Século de ouro. Antologia crítica da poesia portuguesa do século XX (2002). Recentemente publicou o livro Um nome para isto. Leituras da poesia de Ruy Belo (2003). Co-diretor do jornal cultural Ciberkiosk, integra o corpo editorial das revistas Inimigo Rumor e Estudios Portugueses -
Revista de Filologia Portuguesa.

Metadado adicionado por Alameda Editorial em 31/10/2018

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Metadados adicionados: 31/10/2018
Última alteração: 11/11/2024
Última alteração de preço: 15/02/2024

Autores e Biografia

Serra, Pedro (Autor)

Sumário

Argumento - 9

CAPÍTULO 1
A QUESTÃO DO LIVRO NAS VIAGENS NA MINHA TERRA DE
ALMEIDA GARRETT - 13
As cenas da memória e da amnésia - 15
A memória como telos da viagem - 21
O camartelo e a política da memória - 26
A religião do passado ou Portugal como cemitério-museu - 30
Do "livro inclassificável" - 35

CAPÍTULO 2
A COMPANHIA DE LETRAS E A BIBLIOTECA NO LEGADO
QUEIROSIANO: O CASO DE A CIDADE E AS SERRAS - 37
Gute nachbarschaft - 41
Papel & papiro (crítica da razão evolutiva) - 46 Landschaft - 51
A causa agrícola como estética - 53
Ecdótica negativa - 57
Ut pictura hortus: A Filologia como Paisagismo - 61

CAPÍTULO 3
POR UMA ECDÓTICA NEGATIVA: FINS DA FILOLOGIA EM FINISTERRA DE CARLOS DE OLIVEIRA - 65
O pacto com o mimético e o "inimigo da geração humana" - 67
O "inimigo da geração humana" e a leitura como "abelha na chuva" - 72
Lazare, veni foras - 76
Modus philologicus - 79
Mínimos de romance e restos de livro - 84
Obra-ápside - 88
His master's voice - 92
G(is)and()ra - 93
Ex/in-cluir - 96
As "fases" e a questão da "assinatura" - 99
Eça chamava-se Machado que se chamava Eça -103
Do (impossível) esquecimento -106
Oliveira, Marx & Engels, Nietzsche - 108

Bibliografia geral - 111

Finis Coronat Opus - 125

SOBRE O AUTOR - 127



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