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Livro Impresso

Vidas fabris
trabalho e conflito social no complexo coureiro-calçadista de Franca - SP (1950-1980)



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Sinopse

No interior de São Paulo, uma área rural urbanizou-se, destacou-se no cenário econômico nacional e abriu as portas do estrangeiro para os seus produtos. Era o complexo coureiro-calçadista de Franca. Na segunda metade do século XX, os planos do nacional-desenvolvimentismo, de substituição das importações – mediante industrialização fabril –, encontrou bons sapatos para usar.

Nos 40 anos cobertos pela sistemática e minuciosa investigação de Vinícius de Rezende, os trabalhadores e as trabalhadoras também protagonizaram lutas que impulsionaram a marcha adiante do movimento social, perante um adversário tão poderoso quanto fisicamente próximo e vigilante; até mesmo íntimo.

Com invejáveis energia e argúcia, Vidas fabris analisa não só relações entre capital e trabalho, de equilíbrio e convivência, mas também de tensão e diferenças. Ao contrário do que se pode pensar, operários e operárias não se reduziam a sua força de trabalho, a uma quantidade de energia a ser vendida e comprada. Não eram número. Também não estavam alienados e à deriva, como dominados ou consumidores. Não eram um grupo social que vivia para o desfrute dos outros.

Este livro ilumina o delicado e colorido processo no qual homens e mulheres viveram grande parte de suas vidas dento de fábricas, recinto de sólidas – ou capilares – raízes estendidas até o bairro, o cotidiano, a família operária. Olhando de cima, são seres brutos e ignorantes submetidos à pobreza e exploração. O autor, contudo, foi ao seu encontro no chão de fábrica, respirou a cultura operária e formulou análise de excepcional qualidade.

A História Social dá novo e notável passo adiante. Vem bem na hora e produz satisfação em quem o lê.
Antonio Luigi Negro - Departamento de História (UFBA), pesquisador CNPq

Sobre o autor: filho de família operária, Vinícius de Rezende graduou-se em História pela UNESP-Franca, onde também fez o mestrado; é doutor em História Social pela Unicamp e professor do Departamento de História da UFBA. Especialista em História do Trabalho, tem se dedicado ao estudo das transformações dos processos produtivos e das variadas formas de resistência operária desenvolvidas no cotidiano fabril. Também pesquisa temas como assistencialismo e paternalismo industrial, Justiça do Trabalho e sindicalismo. Além de historiador, é ciclista de longa distância.

Metadado adicionado por Alameda Editorial em 01/08/2018

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Metadados adicionados: 01/08/2018
Última alteração: 11/11/2024
Última alteração de preço: 07/10/2024

Autores e Biografia

Rezende, Vinícius de (Autor) - Filho de família operária, Vinícius de Rezende graduou-se em História pela UNESP-Franca, onde também fez o mestrado; é doutor em História Social pela Unicamp e professor do Departamento de História da UFBA. Especialista em História do Trabalho, tem se dedicado ao estudo das transformações dos processos produtivos e das variadas formas de resistência operária desenvolvidas no cotidiano fabril. Também pesquisa temas como assistencialismo e paternalismo industrial, Justiça do Trabalho e sindicalismo. Além de historiador, é ciclista de longa distância.; Silva, Fernando Teixeira da (Prefácio) , Negro, Antonio Luigi (Orelha)

Sumário

Sumário:
Agradecimentos 13
Prefácio 17
Apresentação 21

I. A apropriação do gesto operário 37
A formação do complexo coureiro-calçadista 38
As transformações dos processos produtivos e de trabalho 51
A aplicação da ciência ao trabalho: técnica X disciplina? 99


II. Da arte de saber fazer ao “operário-boi”? 107
A arte de saber fazer 108
Mecânicos e eletricistas 113
Família, vizinhos e bancas 119
As fabriquetas e a possibilidade de aprender tarefas diversas 126
Aprendizado metódico de um ofício ou burla à legislação trabalhista? 128
Migrantes rurais e o ingresso na grande indústria 139
As exportações e a implantação do SENAI 144
O controle do ritmo de trabalho: salário por peça X salário por tempo 151
Trabalhadores taylorizados? 161

III. Os “donos” do chão de fábrica: a formação dos gestores 167
Os “donos” do chão de fábrica e o predomínio da empiria 171
“Ficar no meio” e as ambiguidades na construção de uma identidade 185
A implantação do TWI em Franca 190
A obtenção da legitimidade e a brutalidade recorrente 197
A importação de gestores e a implantação da instrução formal 211
A técnica a serviço da produtividade 222
A campanha “Operário Padrão” e o ideal de ascensão social 229

IV. Experiências em comum 239
Migrantes rurais 241
As condições de trabalho 257
A produção não pode parar 270
A divisão sexual do trabalho 287
“Capital e trabalho podem viver em harmonia total” 294

V. Luta de classes tem todo dia 319
A “recriação festiva” do ambiente de trabalho 322
“O absenteísmo é uma doença grave para a indústria e o progresso da nação” 338
A arte de “fazer cera”: tempo de trabalho é para trabalhar? 349
Os “atos de má fé do trabalhador”: acidentes ou sabotagens? 365
“Nem o rei me manda, quanto mais o dono da fábrica” 374
A apropriação ilegal de bens materiais 378
“Larga do meu pé senão eu te acerto” 382
De braços cruzados 387
Luta de classes tem todo dia 396

VI. A serviço da paz social? 403
Trabalhadores a domicílio amparados pela CLT 409
Gratidão versus luta por direitos 420
A proteção à maternidade 432
O direito ao adicional de insalubridade 443
O poder de comando em disputa 459
Perseguidos pelo capital 471
“Chamou a gente de desgraça” 481

Considerações finais 499
Fontes 505
Referências bibliográficas 513
Anexos 523



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