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Corpo estranho



Poesia brasileira, Brasil, Geral


Sinopse

A meditação da desesperança, por incidir na desconfiança de nossas verdades, finge postular, com humor, a indicação da poesia como remédio, embora incerto, para a pletora de males desencadeados pela sorte – uma espécie de deslocamento da filosofia, entendida como lenitivo para as dores do mundo e o aprendizado da morte, para outras paragens, em que a alegria salta, meio selvagem meio fanfarrona, com o desprezo da contemplação, vale dizer, da aceitação da brevidade da vida e o triunfo da morte. Um subtexto filosófico e poético, em que Platão e Aristóteles, João Cabral e Augusto dos Anjos, Borges e Cruz e Sousa comparecem assimilados, destila humor e uma certa ironia que atinge não as referências, mas o próprio referente: o sofrimento, a dor de viver. A força da meditação está em contornar a fonte obscura do sofrimento, patenteando aquilo que conscientemente pode ser o conhecimento de si.
Esta mudança de tom poderia parecer esquisita, pois o acento não mais decorre de assunto, nem das referências óbvias das alusões doentias. Não mais Cruz e Souza e Augusto dos Anjos; agora as referências são outras, algum Drummond de Claro Enigma, João Cabral, algum Borges. Com eles, Plínio inflecte a ironia, mantendo a melancolia agora na chave da linguagem mais pura, sem alegoria. O tom meio burlesco desaparece, com que a meditação toma, finalmente, o rumo mais da poesia, menos da filosofia.

Metadado adicionado por Alameda Editorial em 17/04/2018

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Metadados adicionados: 17/04/2018
Última alteração: 11/11/2024
Última alteração de preço: 11/11/2024

Autores e Biografia

Smith, Plínio Junqueira (Autor)

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