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Dias assombrados em Roma



Contos


Sinopse

Associei de imediato seu texto ao De profundis, valsa lenta, do português José Cardoso Pires, que viveu também uma experiência trágica de perda total de memória e de identidade. Preciso destacar o seu estilo – elegante e erudito – decorrente de seu convívio longo e constante com o suprassumo da literatura universal, exigindo, por isso, um leitor igualmente capaz. Ligo a essas características a sua capacidade de prender o leitor, que não consegue parar e, paradoxalmente, não quer que chegue o ponto final. Deseja que o seu texto continue a seu lado, como um companheiro fiel, ad aeternum. Valorizo, sobretudo, as reflexões que faz intercaladas e no final do texto, fruto do amadurecimento que todo sofrimento traz. Revelou-se um conhecedor profundo das fraquezas humanas (que nos envergonham tanto!), muito mais numerosas do que as suas grandezas... Mas que culpa temos de nossa natureza indefinida, como reconhece Pascal: “L’homme n’est ni ange ni bête, et le malheur veut que qui veut faire l’ange, fait la bête”. Seleciono, entre muitas, esta sua frase que me martela a memória como as notas do Noturno Gota d’Água, de Chopin: “[...] intolerável mentira [...] sem dar a mínima para o mal que poderiam estar impondo a um inocente, desde que pudessem colher benefícios de suas indignidades” (p. 122).

Metadado adicionado por Scortecci Editora em 13/02/2020

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Metadados adicionados: 13/02/2020
Última alteração: 13/02/2020

Autores e Biografia

Méro, Carlos (Autor)

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