A guerra está em nós

Manuel Antônio de Almeida; cotidiano carioca; cidade maravilhosa; Correio europeu; O trapicheiro; Machado de Assis; O espelho partido; subúrbio carioca; A mudança; A estrela sobe; Cortina de ferro; O melhor do conto brasileiro; Rio de Janeiro; carioca; boemia; Lima Barreto; O simples coronel madureira

Sinopse

"A guerra está em nós é o terceiro volume do ambicioso e inacabado ciclo romanesco da trilogia O espelho partido. Um personagem se destaca entre os mais de duzentos que desfilam pela trilogia O espelho partido: o Rio de Janeiro. Aqui, Marques Rebelo abrange o conturbado inicio dos anos 1940, registrando os impactos da distante Segunda Guerra no cotidiano da sociedade carioca. Painel urbano multifacetado, trata-se de uma obra que desafia classificações e ignora convenções narrativas, ao misturar ficção e memória, diário e crônica de costumes, sempre pela lente da crítica social. É romance-rio e romance-Rio. E é romance à clef, onde se identificam facilmente personagens reais da vida intelectual da cidade. A pluralidade de registros e pontos de vista dissipa o limite entre a dimensão individual e intimista e o testemunho histórico-cultural, a partir de motivos recorrentes: o tempo, a morte, as mulheres, as relações sociais, a infância. O autobiográfico e o político-social se confundem. Integrante da Geração de 1930, que fez uma literatura de denúncia das diferentes misérias brasileiras, Marques Rebelo era sobretudo um apaixonado pela cidade, por seu carnaval e seu futebol, sua gente simples e sua classe média — onde foi buscar a maioria de seus personagens. Nesse sentido, foi um herdeiro de Manuel Antônio de Almeida, Machado de Assis e Lima Barreto. Ele já era o consagrado autor, quando deu início a O espelho partido, com a publicação de O trapicheiro (1959) e A mudança (1962). A guerra está em nós (1968) é o registro ácido de um mundo em transição, no qual resquícios de uma cidade em fase pré-industrial conviviam com seu crescimento desordenado e sua modernização competitiva. O submundo, com as espertezas e malandragens, ainda era romântico, mas dava sinais preocupantes do que estava por vir. Apesar de não ter chegado aos sete volumes previstos, interrompidos pela morte do escritor em 1973, O espelho partido contribuiu decisivamente para que Marques Rebelo se firmasse como um dos maiores prosadores urbanos da literatura brasileira. - Luciano Trigo, jornalista e escritor "

Metadado adicionado em 11/07/2025

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