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Livro Impresso

Memórias de um melancólico delirante



Leandro Carlos Esteves, Memórias, Melancólico, Delirante


Sinopse

Alucinação, Recordação e Realidade



Livro de memórias, por princípio e definição, este primeiro romance de Leandro declara seu vínculo com o gênero picaresco logo em suas primeiras linhas, conforme anuncia o narrador memorialista: “Sou picaresco. Andei por aí, fiz e não fiz. O leitor que aquilate”.

Leonardo, anti-herói personificado, perde a mãe aos quatro anos de idade e desconhece o pai. Aos vinte anos, vê-se totalmente só no mundo após a morte da tia alcoólatra que se encarregara de sua criação.

O que importa ressaltar aqui é a liberdade com que o texto borra os limites tradicionais dos distintos gêneros literários e a forma natural como os registros se confundem e se harmonizam para compor um conjunto que amarra a atenção, levando o leitor adiante sem lhe soltar as rédeas.

O viés cronístico presente em Memórias de um melancólico delirante não vive somente das recordações de uma São Paulo dos anos 1980 e 1990, cenário primeiro das aventuras de Leonardo. O autor leva seu personagem às profundezas do Brasil central para cavoucar as histórias de exploração das gentes desfavorecidas pela falta de escrúpulos e pela ganância dos poderosos, histórias de corrupção atrelada à política predatória e da violência a reboque dos insolúveis problemas fundiários que afligem o país. Ao se tornar uma espécie de Kurtz (o inesquecível personagem de O Coração das trevas, de Conrad) do centro-oeste brasileiro, cercado de capangas armados e investido de um poder nascido da arbitrariedade, Leonardo personifica figuras reais da nossa história recente que, protegidos pela impunidade e pela intimidação, fizeram fama e fortuna à custa da miséria e da ignorância das populações.

Cronista das agruras vividas por um Brasil rateado durante a onda desenfreada das privatizações, aturdido pelos planos econômicos que sugaram as finanças populares e corroído pela ruína moral de seus governantes, Leandro Esteves retrata o momento em que as esperanças de um futuro brilhante para o país se despedaçam ante a certeza de uma realidade imutável.

Memórias delirantes, romance cronístico, texto picaresco, realista, jornalístico, não importa. A mistura é consistente. Trata-se de ficção, de ficção de ótima qualidade.



Edmar Monteiro Filho

Metadado adicionado por Editora e Livraria Letra Selvagem em 26/10/2021

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Metadados adicionados: 26/10/2021
Última alteração: 10/11/2021

Autores e Biografia

Esteves, Leandro Carlos (Autor)

Áreas do selo: HumanidadesInfantojuvenilLiteratura estrangeiraLiteratura nacional

Criada no Brasil, em 2007, a LetraSelvagem tem como objetivos incentivar o gosto pela leitura e promover a linguagem literária; promover atividades que estimulem a tomada de consciência pelas populações, povos e etnias submetidos a qualquer tipo de dominação; defender a produção literária,..

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