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A vida verdadeira de Domingos Xavier



Vieira, José Luandino (Autor) - JOSÉ VIEIRA MATEUS DA GRAÇA, nome literário JOSÉ LUANDINO VIEIRA, nasceu em 4 de maio de 1935, na Lagoa do Furadouro, em Ourém, Portugal. Passou a infância e a juventude em Luanda, Angola, onde fez os estudos primários e secundários. É cidadão angolano por sua militância pela independência de Angola. Devido à sua militância contra o regime opressor português, foi preso várias vezes pela PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), a polícia portuguesa, e condenado a 14 anos de prisão. Em 1964, foi transferido para o Campo de Concentração do Tarrafal, na ilha de Santiago, arquipélago de Cabo Verde, onde passou 8 anos. Foi libertado em 1972, em regime de residência vigiada em Lisboa, e, em 1975, regressou a Angola, agora independente. Desde 1992 passou a se dedicar exclusivamente à atividade de escritor. É autor de vasta obra. A Kapulana publicou no Brasil dois de seus livros: "Nós, os do Makulusu" (2019) e "A vida verdadeira de Domingos Xavier" (2024).; Fujisawa, Mariana (Capista)

Angola; Luandino Vieira; Domingos Xavier; Literatura africana; Literatura angolana; colonialismo


Sinopse

Em A VIDA VERDADEIRA DE DOMINGOS XAVIER, José Luandino Vieira nos mostra o absurdo da opressão de agentes do regime autoritário colonial português sobre um cidadão angolano, Domingos Xavier. A luta pela independência de Angola e a violência colonial são apresentadas de forma, ao mesmo tempo, crua e emocionante.
A busca ingênua de Maria pelo marido Domingos Xavier contrasta com a brutalidade das forças do regime opressor que havia sequestrado e torturado Domingos Xavier. Maria, separada do marido, sofre como ele a dor da ansiedade, do desespero e da tortura psicológica a que é submetida. Dor esta que representa a dor de todo um povo que foi oprimido e brutalizado pelo poder do colonialismo.
A VIDA VERDADEIRA DE DOMINGOS XAVIER deu origem ao filme Sambizanga, realizado pela cineasta francesa Sarah Moldoror, falecida recentemente em 13 de abril de 2020.
É o segundo livro do autor que a Kapulana publica no Brasil. O primeiro foi NÓS, OS DO MAKULUSU.

Metadado adicionado por Kapulana em 21/05/2024

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ISBN relacionados

9786587231327 (ISBN do e-book em ePUB)


Metadados completos:

  • 9786587231334
  • Livro Impresso
  • A vida verdadeira de Domingos Xavier
  • --
  • 1 ª edição
  • Vozes da África
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  • A vida verdadeira de Domingos Xavier
  • Vieira, José Luandino (Autor) - JOSÉ VIEIRA MATEUS DA GRAÇA, nome literário JOSÉ LUANDINO VIEIRA, nasceu em 4 de maio de 1935, na Lagoa do Furadouro, em Ourém, Portugal. Passou a infância e a juventude em Luanda, Angola, onde fez os estudos primários e secundários. É cidadão angolano por sua militância pela independência de Angola. Devido à sua militância contra o regime opressor português, foi preso várias vezes pela PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), a polícia portuguesa, e condenado a 14 anos de prisão. Em 1964, foi transferido para o Campo de Concentração do Tarrafal, na ilha de Santiago, arquipélago de Cabo Verde, onde passou 8 anos. Foi libertado em 1972, em regime de residência vigiada em Lisboa, e, em 1975, regressou a Angola, agora independente. Desde 1992 passou a se dedicar exclusivamente à atividade de escritor. É autor de vasta obra. A Kapulana publicou no Brasil dois de seus livros: "Nós, os do Makulusu" (2019) e "A vida verdadeira de Domingos Xavier" (2024).; Fujisawa, Mariana (Capista)
  • Angola; Luandino Vieira; Domingos Xavier; Literatura africana; Literatura angolana; colonialismo
  • Literatura estrangeira
  • A869.3
  • Literatura Mundial / África / Região Sul da África (FIC083030)
  • Categoria -
    Ficção: geral e/ou literária
    Qualificador -
    Angola
  • 2024
  • 19/06/2024
  • Português
  • Brasil
  • acima de 12 anos
  • Livre para todos os públicos
  • geral
  • 14 x 21 x 1 cm
  • 0.14 kg
  • Brochura
  • 104 páginas
  • R$ 54,90
  • 49019900 - livros, brochuras e impressos semelhantes
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  • 9786587231334
  • 9786587231334
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Metadados adicionados: 21/05/2024
Última alteração: 19/06/2024

Sumário

Em A VIDA VERDADEIRA DE DOMINGOS XAVIER, José Luandino Vieira nos mostra o absurdo da opressão de agentes do regime autoritário colonial português sobre um cidadão angolano, Domingos Xavier. A luta pela independência de Angola e a violência colonial são apresentadas de forma, ao mesmo tempo, crua e emocionante. A busca ingênua de Maria pelo marido Domingos Xavier contrasta com a brutalidade das forças do regime opressor que havia sequestrado e torturado Domingos Xavier. A dor de Maria representa a dor de todo um povo que foi oprimido e brutalizado pelo poder do colonialismo. A VIDA VERDADEIRA DE DOMINGOS XAVIER deu origem ao filme Sambizanga, realizado pela cineasta francesa Sarah Moldoror. É seu segundo livro que a Kapulana publica no Brasil. O primeiro foi NÓS, OS DO MAKULUSU.

TRECHOS:

A tarde caía quieta, o vento xuaxalhava nas folhas das mulembas e mandioqueiras. Meninos brincavam na terra vermelha suas brincadeiras, os mais-velhos olhavam só, mães e filhas lavando ou engomando, papás nas conversas, encostados nas paredes, filosofando da vida. E essa calma de fim de tarde de sábado entrou mesmo em Maria, que foi falando para miúdo Bastião, antes de avistar os miúdos brincando, na frente dos muros da prisão.
.-.-.-.-.

O preso era alto e magro, muito magro mesmo. E embora a cara estivesse inchada, tornando-lhe quase irreconhecível, toda gente via era ainda novo. Ao descer da carroceria, caiu de frente no areal, e as mães chegando mais os filhos, murmuraram só:
— Aiuê!...
.-.-.-.-.

Deslizando como as águas do rio, estas imagens carregam os pensamentos de Domingos Xavier, nascendo no cacimbo do cérebro cansado, dorido de botas de cipaio, quando o luar estendeu em cima do corpo caído na cela o seu lençol macio. A luz branca entrava no postigo defendido pela rede de aço, e o tratorista, mal erguendo a cabeça, pôde ver o céu azul, sem nuvens, por detrás das pálpebras inchadas e cheias de areia. Era o céu azul e a lua da sua terra que olhavam...
-.-.-.-.-

As outras perguntas se seguiram, umas iam e vinham, outras desapareciam às vezes, mas esta era insistentemente repetida. A luz na cara, os olhos fechados, sentia os ouvidos sangrar das bofetadas, os dedos dos pés esmagados pelos sapatos pesados. Domingos resistia.



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