Precisa de ajuda?

+ 55 11 99384-2442
[email protected]

Livro Impresso

Recado dos dias



Crônicas, MITO, retrocesso, política, zero hora, crítica, aborto, mulheres, vacina, covid-19, covid 19, paranoia, caos, brasil, tempo, testemunho, história do brasil


Sinopse

Quem pesquisa sabe que os jornais são fontes primordiais. E, para trazer fatos, ambientação e a dimensão dos sentimentos coletivos, as crônicas cumprem muito bem essa função: a de não nos deixar esquecer. Não somente os dados, mas as emoções, a raiva, a impotência, com a necessária resistência frente a uma época desastrada, em que o retrocesso teve um espaço além do desejado. É preciso manter a confiança no ser humano, ainda que seja uma espécie malfalada.
Cláudia Laitano nos possibilita manter em asilo essa memória, embalada em sensibilidade e revolta. A mudança do mundo passou pela sua forte observação e extrema competência em registrar nos textos o que provavelmente desejaríamos deixar quieto. No entanto, é preciso retornar, analisar, viver sobre outra perspectiva. Sair da caverna de Platão para tentar compreender. Só assim teremos chance de não repetir as mesmas asneiras.
Mais de 10 anos de crônicas em Zero Hora, entre 2013 e 2024, compiladas e datadas, para o devido enquadramento. Uma obra histórica, surpreendente e necessária.
Clô Barcellos, editora

Escrevo uma orelha, mas queria elogiar outra parte do corpo da autora: os olhos de Cláudia. É claro que ela também escuta, e muito. Mas é seu olhar penetrante, vivaz, que não perde nada. Ela enxerga com palavras.
Após a coleta dos sentidos, seu texto cria uma trama complexa, mas enxuta e clara. A efemeridade da coluna de jornal é submersa em referências interessantes, porque Cláudia não foi editora de Cultura boa parte da sua vida por acaso. Os fatos aqui não são ilustres, são ilustrados.
As percepções sensíveis contracenam com livros, filmes, ensaios, artigos, músicas e reflexões. Mas não tema uma erudição pomposa. Cultura aqui é metáfora, é espírito de um tempo, é o romance de formação de cada um de nós.
Esses recados dos dias contêm arrebatamentos, essenciais à prática da crônica. Ela é atenta às grandes coisas pequenas. Como o súbito sentimento de maturidade – opa, acho que virei adulta! – que acometeu a autora, aos 24 anos, caminhando pela Av. Osvaldo Aranha. Ocasião para que ela se pergunte – conosco – se em algum momento nos admitimos em estado de adultez.
Quanto aos grandes problemas, os textos não se furtam de encarar as roubadas em que estamos metidos: o clima geral de paranoia ressentida; as tristezas da pandemia e o desgoverno em que ela ocorreu; a obsessão pública em barrar os direitos das mulheres. Quando nos sentimos perdidos, a bagagem intelectual da autora nos contextualiza, mapeando o caos.
Nossa cronista-jornalista, como ela se define, fala no presente, consciente da transitoriedade. O tempo, nessas crônicas, é uma espécie de personagem. Os textos assumem o risco de envelhecer. Cláudia deixa aparecer a marca do momento da vida da escritora ou do país em que cada situação aconteceu. São testemunhos compartilhados e documentos em que a posteridade nos lerá.
“Tentei imaginar como, no futuro, vou dar sentido ao que está acontecendo agora – no Brasil e na minha vida. O que não estou vendo hoje que vai me parecer óbvio daqui a 10 anos? Me perguntem em 2032.” Ela escreveu em 2022.
Está em meus planos fazer-lhe essa pergunta quando chegar o ano.
Diana Corso, psicanalista e escritora

Metadado adicionado por Libretos em 26/09/2024

Encontrou alguma informação errada?

ISBN relacionados

--


Metadados adicionados: 26/09/2024
Última alteração: 26/09/2024

Autores e Biografia

Laitano, Cláudia (Autor) - Jornalista, com especialização em Economia da Cultura e mestrado em Literatura Brasileira, ambos pela UFRGS. Desde 2004, publica uma coluna semanal no jornal Zero Hora, onde foi editora de Cultura por mais de 20 anos. Tem dois livros de crônicas publicados, Agora eu era (Record, 2008) e Meus livros, meus filmes e tudo mais (L&PM, 2012).

Sumário

15 Primeira pessoa

17 Metamorfose ambulante
19 Os otimistas
21 A turma e a rede
23 Liberdade, liberdade
25 O sábio e o bobo
27 Releituras
29 Tornar-se adulto
31 A alma e o espelho
33 Poliamores
35 Passageiros
37 Tolstói na praça
39 Deu pra ti
41 Inútil paisagem
43 Correnteza
45 Senta lá, Cláudia

47 Cabeceira

49 Nove minutos
51 Seu polícia
53 A rainha e as manicures
55 Mosh
57 Meninas do Brasil
59 Roda-viva
61 Errantes navegantes
63 O estrangeiro
65 Cenas dos últimos capítulos
67 Os anos
69 O trabalho
71 Constelação
73 Viver
75 K.
77 Vanguarda e retaguarda
79 Blau e Swann


81 Brasilianas

83 2013
85 Onde está Amarildo?
87 Apesar de você
89 O Piauí é ali
91 O nosso 11 de setembro
93 O ocaso da confiança
95 Freud e os caminhoneiros
97 Medo e raiva
99 Nós contra eles
101 Vulgo
103 O rei desvairado
105 Memórias do tempo das milícias
107 Histórias que nossas avós não contavam
109 Uma universidade da cor do seu país
111 Espírito rixoso
113 A coroa oca
115 Profundas trevas
117 O abusador compulsivo
119 O homem que odiava crianças
121 Discutindo com zumbis
123 Se beber, não eleja
125 O escoteiro e o soldado
127 Pactários
129 O homem que odiava mulheres
131 Sinais luminosos
133 Cegueira seletiva

135 O ano da peste

137 Uma mão lava a outra
139 Agora, agora e mais agora
141 A construção da ignorância
143 Erros médicos
145 Aliança
147 História nacional da infâmia
149 Antivax não praticante
151 Cotovelos
153 Felicidade é
155 O desinformante
157 Tenda dos milagres
159 A primavera do abraço
161 Efervescência coletiva

163 Nem presa nem morta

165 Ainda não é hora
167 A cada um a própria crença
169 Sí, se puede
171 A menina no porta-malas
173 Hermanas
175 Retrocesso
177 A Rosa que fala
179 Bucha de canhão



Para acessar as informações desta seção, Faça o login.