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Ódio ao direito



Aparelho ideológico de Estado, direito, odio, Estado de polícia, estruturas de poder violentas, Deleuze, jurisprudência dos corpos, linhas de fuga, crítica negativa, operações do fazer existir


Sinopse

Nada é mais fácil do que odiar o direito. Aparelho ideológico de Estado. Instrumento de dominação de classe. Prolongamento eficaz de estruturas de poder violentas. Poeira de pirlimpimpim normativa que dissimula o estado de exceção. Emanação da decisão soberana, onde ouvimos bater o coração do Estado de polícia. Não por acaso, o Foucault de Em defesa da sociedade diz que a lei não pacifica nada. Pelo contrário, em cada uma das suas menores engrenagens, conduz surdamente a guerra. E no entanto, não há nada a recusar no direito. Nada a denunciar no direito. Tudo a retomar.

Ódio ao direito duplica e faz divergir o conhecido gesto de Ódio à democracia, de Jacques Rancière. Assim como o livro do filósofo argelino faz um elogio lúcido e uma defesa feroz das democracias reais contra as representativas (Estados oligárquicos de direito), Ódio ao direito faz um elogio sereno e uma defesa filosoficamente implacável dos potenciais germinais que o direito contém como meio coletivo de expressão para as lutas do hoje.

Na obra, o desafio político e teórico que Murilo Corrêa propõe não recusa o direito, e nem deserta o tecido vivo das lutas. Ao contrário, a partir das relações entre Deleuze e o direito – e suscitando alguns de seus intercessores mais importantes e eclipsados, como Tarde, Simondon e Guattari –, o livro potencializa as capacidades de invenção que nos propõem tomar coletivamente o direito como zona de arrebentação de uma memória das lutas que se foram e das que estão por vir.

Experimentado como uma jurisprudência dos corpos, o ódio ao direito sofre uma conversão pragmática e sensível. Trata-se de tomar o feixe de linhas de fuga, e dar linha ao conjunto de pontas soltas que podem nos lançar armas verdadeiramente políticas para as invenções de saber e de poder que nosso desejo incomensurável requer. Não recusar as armas do direito – porque, deixadas ao relento, elas serão usadas contra nós. Não pisar as armadilhas da crítica negativa, que só consegue julgar o direito pelo que ele é, sem jamais conseguir tomá-lo como máquina de expressão: as operações do fazer existir.

Metadado adicionado por sobinfluencia edições em 08/08/2024

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Metadados adicionados: 08/08/2024
Última alteração: 02/09/2024

Autores e Biografia

Corrêa, Murilo (Autor) - Murilo Duarte Costa Corrêa (Curitiba, 1985) é Doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Realizou estágios pós-doutorais em Teoria Política e do Direito na Vrije Universiteit Brussel, e em Ciências Sociais na Universidad de Buenos Aires, onde foi investigador e professor visitante. Atua como Professor Associado de Teoria Política e Teoria do Direito na Faculdade de Direito da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Escreveu Filosofia Black Bloc (Circuito/Hedra, 2020), Direito e Ruptura: ensaios para uma filosofia do direito na imanência (Juruá, 2013), entre outros.

Áreas do selo: ArtesHumanidadesLiteratura estrangeiraLiteratura nacional

A sobinfluencia é incompatível com a falsificação da potência revolucionária, o oportunismo e a imprudência da ordem burguesa. Fiel a si mesma e à revolução proletária, a arte opera na organização do novo mundo que vem. Por material revolucionário e livros incandescentes nos propomos ao abalo sísmico: encontra-se aqui o arrastão do rio e o cardume feroz, contra as margens que nos comprimem, o livro surge na eficácia da solidariedade, não renunciaremos à verdade da luta - nos propomos a habitar o limite da crise e de lá publicar o socialismo de um novo dia. Ler e caminhar podem salvar a sua vida ou te levar para a cadeia.

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