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Livro Impresso

A an-arquia que vem



Anarquismo, Teoria Política, Dicionário Político


Sinopse

O léxico constitui o conjunto de palavras e expressões de que dispõem os falantes de certa língua para exprimir seus pensamentos. É exatamente neste sentido que deve ser compreendida a noção de léxico político, ou seja, um conjunto de formas pelas quais se pode pensar e experimentar a pólis, ou melhor, o poder.

A partir dessa constatação lançamos a hipótese segundo a qual a prolongada crise que atinge a política ocidental é resultado daquilo que podemos chamar de dicionarização da política. De fato, o dicionário é o dispositivo que pretende capturar em um todo fechado a multiplicidade da língua; transposto para a política, esse esquema indica a tentativa de definir, de uma vezpor todas, o que é a política e quais são seus procedimentos, com o que tudo aquilo que fica de fora passa a ser visto como antipolítica ou irresponsável utopia. Os lexicógrafos da política são as instâncias que personalizam o poder, que não só o exercem, mas o impõem aos demais enquanto fardo, controlando e determinando quais são as escolhas que podemos fazer, todas elas fixadas e rotuladas no dicionário da institucionalidade.

Nesse sentido, a crise da política que mencionamos anteriormente pode ser entendida como a percepção de que há algo fora do dicionário, de que a língua da política não sedeixa cercar e domesticar, pois muito antes de quaisquer modelos ou desenhos institucionais se impõe a evidência da infundamentabilidade de qualquer poder, o que chamamos aqui de an-arquia, ideia que se comunica mas não se confunde com os anarquismos históricos. Assim, pensar politicamente significa pensar um fundamento sempre ausente e por isso mesmo recusar o gesto grandiloquente do dicionário total, preparando no máximo alguns verbetes fragmentários relativos a uma política que não se traduz em instituições constituídas tradicionalmente, mas remete à radicalidade da própria política, à sua raiz an-árquica, tratada de forma genealógica e crítica.

Este livro, com prefácio do filósofo Roberto Esposito, corresponde à tentativa de criticar o léxico político empobrecido a que nos acostumaram, e pensar outros por meio dos verbetes morte, linguagem, comunidade, comando, anarquia, pandemia, povo, democracia, utopia, distopia, estado de exceção, desobediência civil, política e teologia, encerrando-se com dezoito teses ao estilo benjaminiano em que evocamos a figura do anarquista francês Ravachol, “a voz da dinamite”, para com ela desinstituir as relações entre tempo, espetáculo e exceção.

Metadado adicionado por sobinfluencia edições em 06/06/2023

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9786584744103 (ISBN do Livro Impresso)


Metadados adicionados: 06/06/2023
Última alteração: 06/06/2023

Autores e Biografia

Matos, Andityas Soares De Moura Costa (Autor), Correa, Rodrigo (Coordenador), Gibim, Fabiana (Coordenador), Peguinelli, Alex (Coordenador), Correa, Rodrigo (Ilustrador), Esposito, Roberto (Prefácio), Correa, Rodrigo (Projeto gráfico), Correa, Rodrigo (Diagramador), Correa, Rodrigo (Capista), Gibim, Fabiana (Revisor), Peguinelli, Alex (Revisor)

Áreas do selo: ArtesHumanidadesLiteratura estrangeiraLiteratura nacional

A sobinfluencia é incompatível com a falsificação da potência revolucionária, o oportunismo e a imprudência da ordem burguesa. Fiel a si mesma e à revolução proletária, a arte opera na organização do novo mundo que vem. Por material revolucionário e livros incandescentes nos propomos ao abalo sísmico: encontra-se aqui o arrastão do rio e o cardume feroz, contra as margens que nos comprimem, o livro surge na eficácia da solidariedade, não renunciaremos à verdade da luta - nos propomos a habitar o limite da crise e de lá publicar o socialismo de um novo dia. Ler e caminhar podem salvar a sua vida ou te levar para a cadeia.

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