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Livro Impresso

Os corpos gritam para ninguém
Uma análise dos laudos periciais da Chacina do Cabula



direito, laudos periciais, violência, crime


Sinopse

Com foco na engrenagem colonial que administra burocraticamente corpos racializados e criminalizados em vida e morte, Amanda Quaresma elabora uma análise extremamente ética e sagaz, a partir da Chacina do Cabula. A autora explora o cotidiano do judiciário e das organizações policiais equilibrando compromisso político e competência teórico-metodológica.

Ciente de que o Direito é linguagem para poucos, Quaresma decifra quilômetros de armadilhas do Direito Penal, explicita edições e manobras de procedimentos oficiais, aprende e ensina a ler “vestígios deixados no local do crime e nos corpos das vítimas”. Temos em mãos um livro capaz de desestabilizar certezas equivocadas: quem são as pessoas protegidas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil do Estado da Bahia? Quem aparece morto e quem aparece vivo na papelada dos casos de homicídio?

O “corpo masculino, vítima de PAF em confronto da PM; apresentando 30 anos de idade, cabelo RASTA!”, como informa um registro de ocorrência, é alvo da violência de Estado tanto quanto a própria periferia onde nasce e morre. Quaresma conecta raça, racismo, território e tecnologias governamentais, nos mostra o funcionamento de uma Salvador que se quer invisível e inalcançável.

Combustível político e intelectual para o fim do genocídio antinegritude, este livro fortalece
demanda central dos movimentos de familiares de vítimas da violência do estado brasileiro para que haja perícia independente. As vidas e seus mortos são homenageados nesta obra incontornável, um livro escrito com a sensatez de quem sabe onde os pés pisam antes de erguer a cabeça.

Juliana Farias

Metadado adicionado por Mórula Editorial em 05/04/2024

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Metadados adicionados: 05/04/2024
Última alteração: 05/04/2024

Autores e Biografia

Quarema, Amanda (Autor) - é baiana, mestre em Direito Penal e Liberdades Públicas (PPGD/UFBA), especialista em Direito Penal e Criminologia (INTROCRIM) e bacharel em Direito (UFBA). Associada ao Instituto Baiano de Direito Processual Penal (IBADPP) e à Rede de Pesquisa Empírica em Direito (REED). Além disso, é pesquisadora do Núcleo de Justiça Racial e Direito da FGV-SP e integrante do Grupo de Pesquisa “Motim: racismo, terror de Estado e resistência política” (UFBA). Foi advogada monitora do Patronato de Presos e Egressos do Estado da Bahia (PPE/BA) no Conjunto Penal Feminino. “Os corpos gritam para ninguém” é seu primeiro livro, uma adaptação da sua pesquisa de mestrado.

Sumário

SUMÁRIO
7 — Prefácio
flavia medeiros
13 — Apresentação
ana luiza pinheiro flauzina
15 — Introdução
PARTE 1
ANTEPASSADOS
E ANTECEDENTES:
O IML E A
CRISTALIZAÇÃO
DO NEGRO COMO
SÍMBOLO DA
CRIMINALIDADE
29 — A parte que lhe cabe nesse
latifúndio: terreiro, desterro e IML
42 — Jalecos brancos e a medicina
legal no Brasil: a construção do corpo
negro como objeto institucional
50 — Nina já nos deu régua
e compasso
58 — Instituto Médico Legal e a
Polícia: dois lados da mesma moeda
76 — Um massacre no antigo
quilombo: casos isolados que se
repetem

77 — O difícil acesso aos
documentos
79 — Pele-alvo: o Cabula na mira
da branquitude
85 — Um pacto por quais vidas?
PARTE 2
ENTRE BECOS,
VIELAS, MACAS,
LAUDOS E
ENTRELINHAS
91 — Laudo pericial: mapeando
a técnica e a teoria
98 — Disse me disse: fé pública,
faca amolada
112 — O que não está nos autos
não está no mundo: falhas ou
autoproteção?
113 — “Tem, mas acabou”
PARTE 3
VERDADES
SILENCIADAS:
DIVERSAS
MANEIRAS DE
NÃO DIZER
132 — Exame de corpo de delito:
calando os que ainda têm voz
150 — Os mortos gritam para
ninguém: analisando os laudos
cadavéricos
150 — Traduzindo em pretuguês
154 — Para obter respostas, são
necessárias perguntas: em busca
dos quesitos
169 — Feridas, lesões, buracos
e chagas
182 — Conversar com a bala
189 — Com quantas provas se
condena um cidadão?
205 — Considerações finais
209 — Posfácio
211 — Referências



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