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Livro Impresso

A forma negra da morte
satanismo e escravidão no poema em prosa de Cruz e Sousa



Rufinoni, Simone Rossinetti (Autor) - Simone Rossinetti Rufinoni é professora de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo. Autora do livro "Favor e melancolia: estudo sobre A menina morta, de Cornélio Penna" (São Paulo: Edusp/ Ed. Nankin, 2010). Pesquisadora e crítica literária, dedica-se às relações entre literatura e sociedade na poesia e na prosa brasileiras do século XIX até a contemporaneidade.; Camilo, Vagner (Prefácio)

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Sinopse

Satanismo e escravidão no poema em prosa de Cruz e Sousa

Este livro traz contribuição decisiva para uma parcela menos celebrada da produção de Cruz e Sousa e flagrada de uma perspectiva inédita: a dos poemas em prosa, vistos como inferiores pela maioria dos intérpretes do poeta.

Depois de trazer à baila as motivações estéticas e até filosóficas implicadas na conformação híbrida do gênero em solo europeu, deslinda sua reconfiguração em contexto periférico, investida de uma motivação étnica e social não prevista originalmente.

No Brasil fin-de-siécle, de Abolicionismo recente embora de renitente herança escravista, a forma anárquica – destrutiva sim, mas de uma desordem dialeticamente reconstrutora – permite dinamizar, como poucas, os dilaceramentos e contradições do lugar de inscrição do poeta negro no campo literário, que nada tem de autônomo em relação às hierarquias e aos mecanismos de segregação que regulam a ordem social mais ampla.

A heterogeneidade da forma é orquestrada pelo poeta do Desterro de tal modo a ressoar a dissonância entre a voz da resistência e as dos discursos cientificistas, deterministas e raciais então em voga que o condenavam à exclusão, convocadas no poema em prosa para evidenciar suas inconsistências e equívocos.

Sempre requalificada em função das determinações locais, a apropriação do legado baudelairiano se dá não só no plano da forma híbrida, mas compreende ainda o repertório de temas e motivos, a cosmovisão e os procedimentos retóricos e estilísticos que procedem diretamente da obra do poeta francês ou por intermédio das releituras que dele fizeram o Simbolismo e demais correntes finisseculares.

Simone Rossinetti Rufinoni explora todas elas de maneira igualmente iluminadora, ao evidenciar a correlação admirável estabelecida por Cruz e Sousa entre as antinomias do poema em prosa, o satanismo, a obsessão com a morte, as categorias estéticas do feio e do grotesco tensionadas com o sublime e o ideal inalcançável, bem como o efeito irônico advindo dessas tensões, sempre evidenciando as forças sociais nelas implicadas.

Vagner Camilo (USP)

Metadado adicionado por Alameda Editorial em 25/09/2024

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Metadados completos:

  • 9786559662463
  • Livro Impresso
  • A forma negra da morte
  • satanismo e escravidão no poema em prosa de Cruz e Sousa
  • 1 ª edição
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  • Rufinoni, Simone Rossinetti (Autor) - Simone Rossinetti Rufinoni é professora de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo. Autora do livro "Favor e melancolia: estudo sobre A menina morta, de Cornélio Penna" (São Paulo: Edusp/ Ed. Nankin, 2010). Pesquisadora e crítica literária, dedica-se às relações entre literatura e sociedade na poesia e na prosa brasileiras do século XIX até a contemporaneidade.; Camilo, Vagner (Prefácio)
  • cruz e souza, poeta cruz e souza, poesia em prosa, prosa poética, poema em prosa, cruz e souza escravidão, cruz e souza satanismo, livro simone rufinoni, escravidão abolição, abolição cruz e souza, cruz e souza baudelaire, forma negra, poesia negra
  • Teoria e crítica literária
  • Americana / Hispânica e Latina (LIT004050), Caribe e América Latina (LIT004100)
  • Categoria -
    Literatura: história e/ou crítica; Estudos literários: poesia e/ou poetas; Sociedade e/ou cultura: geral
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  • 2024
  • 01/05/1974
  • Português
  • Brasil
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  • Livre para todos os públicos
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  • 14 x 21 x 2 cm
  • 0.44 kg
  • Brochura
  • 380 páginas
  • R$ 105,00
  • 49019900 - livros, brochuras e impressos semelhantes
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  • 9786559662463
  • 9786559662463
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  • Este é um livro especial sobre Cruz e Souza, poeta negra catarinense, conhecido como O Poeta do Desterro. Cruz e Souza é normalmente lido como um simbolista pouco preocupado com as questões raciais ou, até mesmo, como alguém que negava sua cor, por meio de poemas em que a claridade e a brancura apareciam fortemente. Na leitura de seus poemas em prosa, Simone Rossinetti Rufinoni mostra como a questão racial e a crítica à abolição tal como aconteceu aparecem de forma contundente, entre outras expressões, por meio do discurso satanista. Simone também analisa profundamente a influência de Charles Beaudelaire em seus poemas em prosa.

Metadados adicionados: 25/09/2024
Última alteração: 25/09/2024

Sumário

Sumário:

Prefácio, por Vagner Camilo 9
Apresentação 19

Parte I: Satanismo e criação poética 23
1. No rastro de Satã 25
2. A obra imatura 27
3. “Psicologia do Feio”: o grotesco, vida e arte 30
4. Dandismo e morte: o heroísmo do excluído 41
5. O poeta e os desvalidos: trabalho e marginalidade 49
6. Heroísmo moderno 55
7. “O Sonho do Idiota”: clarividência e sacrilégio 59
8. “Emparedado”: fazer poético e alteridade 72

Parte II: Satanismo e escravidão 85
1. Imagens negras: mundo demoníaco e Simbolismo 87
2. Semântica da demonização 92
3. Parâmetros da recepção crítica 97
4. Desdobramentos do mal na História: 107
a estetização da violência
5. “Capro”: a “teoria das correspondências” 113
no contexto da escravidão
6. Entre o asco e a dor 134
7. A consciência aniquiladora em “Consciência tranquila” 158

Parte III: Satanismo e poema em prosa 183
1. Um gênero feito de opostos 185
2. Notas sobre o poema em prosa no Brasil 191
3. “Intuições”: nova dor, nova forma 195
4. Poesia e prosa: as ideias fixas 204
5. Arquitetura da destruição: gênero e subversão 210
6. A forma negra 217

Parte IV: A forma como trabalho de morte 225
1. A morte na literatura fin de siècle: símbolo e forma 227
2. A morte: libertação ou danação 229
3. Figurações da morte na prosa de Cruz e Sousa 232
4. “Emparedado”: esquecimento, aporia, melancolia 258
5. O trabalho de morte da forma 267
6. A morte negra 279
7. Memória e humor negro 285

Parte V: Outros estudos 299
Invisibilidade e simulação da audiência no poema em prosa de Cruz e Sousa 301
Os pobres de Guerra Junqueiro e de Cruz e Sousa 325

Anexo 349
Bibliografia 363



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