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Livro Impresso

Reconstrução negra
ensaio para uma história do papel desempenhado pelo povo negro na tentativa de reconstruir a democracia na América, 1860-1880



antirracismo, teoria sociologica, política, direitos civis, racismo, questão racial, democracia, guerra civil, segregação racial, marxismo, classe, raça


Sinopse

“Reconstrução negra é – e provavelmente continuará sendo – um dos melhores livros de história já escritos. É também o ponto culminante da obra de W. E. B. Du Bois e o prenúncio da surpreendente radicalização política de seus últimos anos. Suas mais de 700 páginas encarnam uma maestria de detalhes que só poderia ter sido obra de uma vida inteira.”
C. L. R. James

A obra mais madura de W. E. B. Du Bois ganha sua primeira tradução para o português. Reconstrução negra revisita um momento decisivo da história estadunidense: o pós-abolição e pós-guerra civil nos Estados Unidos – um dos períodos mais radicais da história do país, que não à toa foi sujeito a um violento processo de apagamento.

Du Bois interpreta a Guerra Civil como uma revolução social que derrubou o sistema escravista do Estado confederado, abrindo caminho para uma democracia efetiva a ser construída pelos de baixo. Além de recuperar a riqueza política dessa experiência, o livro trata também da “contrarrevolução dos proprietários” que enterrou esse projeto, lançando as bases para uma nova forma de servidão sob a “ditadura do capital”. “Du Bois explora, em várias dimensões e eventos, como a Reconstrução Negra foi combatida, com armas e crimes de toda sorte, por movimentos e milícias civis de supremacistas brancos a partir dos quais se formaria, entre outros, a Ku Klux Klan”, escrevem Matheus Gato e Sávio Cavalcante na apresentação à edição brasileira.

Muitas vezes comparado a clássicos como O 18 de brumário de Luís Bonaparte, de Marx, História da revolução Russa, de Trótski, e Jacobinos negros, de C. L. R. James, Reconstrução negra é um caso exemplar de análise marxista dos entrelaçamentos de classe e raça sob o capitalismo. 90 anos depois de sua publicação original, o livro não é apenas atual – é urgente. A opinião é de Angela Davis, para quem “todo mundo, do ensino médio à pós‑graduação, deveria ler Reconstrução negra. Nos anos 1960, enfrentamos questões que deveriam ter sido resolvidas nos anos 1860. Se não compreendermos essa história, o que acontecerá em 2060?”

Trechos

“O sucesso político da doutrina da separação racial, que derrubou a Reconstrução ao unir o latifundiário e o branco pobre, foi em muito superado por seus surpreendentes resultados econômicos. A teoria da unidade da classe trabalhadora baseia-se na suposição de que os trabalhadores, apesar das invejas internas, se unirão por causa de sua oposição à exploração pelos capitalistas. De acordo com ela, mesmo depois que uma parte da classe trabalhadora branca e pobre se identificasse com os latifundiários e, por fim, os substituísse, seus interesses seriam diametralmente opostos aos da massa de trabalhadores brancos e, é claro, aos dos trabalhadores negros. Isso colocaria os trabalhadores brancos e negros em uma única classe e precipitaria uma luta unida por salários mais altos e melhores condições de trabalho.”

“A maioria das pessoas não percebe o quanto isso não funcionou no Sul, e não funcionou porque a teoria da raça foi complementada por um método cuidadosamente planejado e lentamente desenvolvido, que criou uma barreira tão grande entre os trabalhadores brancos e negros que provavelmente não há hoje no mundo dois grupos de trabalhadores com interesses praticamente idênticos que se odeiem e se temam tão profunda e persistentemente e que são mantidos tão afastados que nenhum deles vê nada de interesse comum.”

“Deve-se lembrar que o grupo branco de trabalhadores, embora recebesse um salário baixo, era compensado em parte por uma espécie de salário público e psicológico. Eles recebiam deferência pública e títulos de cortesia pelo fato de serem brancos. Eram admitidos livremente junto a todas as classes de pessoas brancas em funções públicas, parques públicos e nas melhores escolas. A polícia era recrutada de suas fileiras, e os tribunais, dependentes de seus votos, tratavam-nos com tanta leniência que incentivavam a ilegalidade. O voto deles selecionava as autoridades públicas e, embora isso tivesse pouco efeito sobre a situação econômica, tinha grande efeito sobre o tratamento pessoal e a deferência que lhes era dispensada. As escolas dos brancos eram as melhores da comunidade e estavam bem localizadas, custando, per capita, de duas a dez vezes mais do que as escolas dos negros. Os jornais se especializavam em notícias que elogiavam os brancos pobres e ignoravam quase que totalmente os negros, exceto no que se referia a crimes e ridicularização.”

Metadado adicionado por Boitempo Editorial em 19/11/2025

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Metadados adicionados: 19/11/2025
Última alteração: 19/11/2025

Autores e Biografia

Bois, W. E. B. Du (Autor) - W. E. B. Du Bois nasceu em Massachusetts, nos Estados Unidos, em 1868 e morreu em 1963 em Acra, em Gana. Um dos intelectuais mais influentes de seu tempo, foi sociólogo, historiador, ficcionista, poeta e editor. Formou-se em 1888 pela Universidade Fisk, e recebeu um segundo diploma por Harvard em 1890. Depois de dois anos de estudo na Universidade de Berlim, concluiu seu doutorado em Harvard em 1895. Autor de mais de vinte livros, Du Bois foi também um importante ativista pela igualdade racial. Reconstrução negra é sua primeira obra publicada pela Boitempo.; Laan, Murillo van der (Tradutor) , Mendonça, Oga (Capista) , Gilmore , Ruth Wilson (Orelha) , Gato, Matheus (Colaborador) , Cavalcante, Sávio (Colaborador) , James, C. L. R. (Colaborador) , Davis, Angela (Colaborador)

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