Precisa de ajuda?

+ 55 11 5420-1808
[email protected]

Livro Impresso

Desde Fanon



critica e interpretação, colonialismo, racismo, dialética


Sinopse

O psiquiatra e revolucionário martinicano Frantz Fanon (1925-1961) é o objeto desta coletânea de Deivison Faustino e Muryatan Barbosa. Desde Fanon reúne seis capítulos sobre o revolucionário e busca analisar e atualizar questões colocadas por ele e ainda latentes em nosso tempo, como a relação entre capitalismo, racismo e colonialismo.

Apesar da possibilidade de leitura dos textos em separado, a organização feita pelos autores ganha lógica e continuidade. Os dois primeiros buscam explorar interpretações possíveis do pensamento de Fanon, destacando questões de suas formulações intelectuais: Fanon e a configuração colonialista (Muryatan) e Hegel, Fanon e a (suposta) interdição da dialética (Deivison). Os capítulos três e quatro aplicam algumas dessas interpretações e analisam diferentes temáticas: Tortura e configuração colonialista: uma leitura fanoniana do livro Tortura na colônia de Moçambique (1963-1974) (Muryatan); e Freud, Fanon e o mal-estar colonial (Deivison, em parceria com a psicanalista e professora Miriam Debieux). Os dois últimos textos, Homi Bhabha leitor de Frantz Fanon: acerca da ‘prerrogativa pós-colonial’ e do Fanon ‘pós-colonial’ (Muryatan) e Frantz Fanon teórico da tecnologia digital (Deivison, escrito em parceria com o historiador Walter Lippold), apresentam um diálogo com outros estudiosos de Fanon e que revisitam seu pensamento por perspectivas distintas.

“Acontecimentos recentes como o genocídio e a limpeza étnica na Palestina, as ameaças de anexação do Canadá e da Groenlândia e, sobretudo, a intensificação dos conflitos armados em torno do cobalto na República Democrática do Congo, entre outros, explicitam a atualidade da teoria fanoniana e a necessidade de retomar alguns trabalhos que sistematizam sua teoria”, escrevem os autores na apresentação.

Trecho

“Ao contrário do que se supõe, em Fanon a dialética do reconhecimento é um traço humano fundamental à nossa constituição como sujeitos, não isento de conflitos e contradições com o outro e consigo. É na relação contraditória com o (outro) exterior que se produz o Sujeito, ele próprio produto e ao mesmo tempo produtor desta mesma relação. Por essa razão, não há servo sem senhor nem senhor sem servo, ou seja, o Sujeito não existe sem seu objeto e, de certa forma, é subordinado à medida em que é transformado por ele”.

Metadado adicionado por Boitempo Editorial em 02/07/2025

Encontrou alguma informação errada?

ISBN relacionados

--


Metadados adicionados: 02/07/2025
Última alteração: 02/07/2025

Autores e Biografia

Faustino, Deivison Mendes (Autor) - Deivison Faustino é doutor em sociologia e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP. Tem experiência com pesquisa, ensino e extensão nos temas capitalismo, colonialismo e racismo; pensamento antirracista; tecnologias digitais e sociedade; relações raciais e saúde e saúde digital. É autor de inúmeros livros e artigos sobre Frantz Fanon. Pela Boitempo publicou Colonialismo digital: por uma crítica hacker-fanoniana (com Walter Lippold, 2023).; Barbosa, Muryatan Santana (Autor) - Muryatan S. Barbosa é doutor em História e professor da Universidade Federal do ABC (UFABC). É autor dos livros Guerreiro Ramos e o personalismo negro (Paco, 2015) e A razão africana: breve história do pensamento africano contemporâneo (Todavia, 2020), pela qual ganhou o Prêmio Jabuti.; Quintilhano, Letícia (Capista) , Sabino, Cristiane (Orelha)

Sumário

Apresentação ....................................................................................7
1. Fanon e a configuração colonialista ..........................................11
Muryatan S. Barbosa
Introdução....................................................................................11
O paralelismo entre sociedades coloniais e racistas...................15
A chamada configuração colonialista..........................................19
Descolonizando............................................................................25
Referências...................................................................................26
2. Hegel, Fanon e a (suposta) interdição da dialética....................29
Deivison M. Faustino
Introdução....................................................................................29
O senhor, o servo e a reciprocidade ............................................34
A negação racializada e a interdição do reconhecimento...........43
A negação da negação colonial ...................................................52
Referências...................................................................................63
3. Tortura e configuração colonialista:
uma leitura fanoniana do livro Tortura na colônia
de Moçambique, 1963-1974..........................................................71
Muryatan S. Barbosa
Sobre Fanon e o livro em análise ................................................71
Da Argélia a Moçambique............................................................75
“Na África não há Deus”..............................................................84
Referências ..................................................................................87
4. Freud, Fanon e o mal-estar colonial ..........................................89
Deivison M. Faustino e Miriam Debieux Rosa
A sociogênese do sofrimento psíquico .......................................89
O mal-estar colonial ....................................................................96
O tempo, o espaço e o duplo mal-estar na civilização..............108
Referências.................................................................................116
5. Homi Bhabha leitor de Frantz Fanon: acerca da
prerrogativa pós-colonial e do “Fanon pós-colonial”...............121
Muryatan S. Barbosa
O Fanon de Bhabha ...................................................................121
Fanon por si mesmo ..................................................................135
Referências.................................................................................141
6. Frantz Fanon teórico da tecnologia digital .............................145
Deivison M. Faustino e Walter Lippold
Introdução: um teórico crítico da tecnologia ..........................145
Fanon, o colonialismo digital e a acumulação
primitiva de dados ...............................................................149
A racialização codificada ...........................................................158
Por uma crítica hacker-fanoniana ............................................163
Referências.................................................................................170



Para acessar as informações desta seção, Faça o login.