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Stasis
a guerra civil como paradigma político - Homo sacer, II, 2



homo sacer, leviatã, ciencia política, filosofia, guerra civil, política, agamben, jogo, filosofia política, globalização, totalitarismo


Sinopse

Stasis é o nome da guerra civil na Grécia antiga – um conceito tão perturbador que a filosofia política posterior preferiu deixá-lo à margem, sem jamais transformá-lo em objeto de uma doutrina consistente nem mesmo entre os teóricos da revolução. Neste ensaio instigante, livro II, 2 da tetralogia Homo sacer, Giorgio Agamben propõe os primeiros passos rumo a uma “stasiologia”, uma teoria da guerra civil, e sustenta que é precisamente ela, a guerra civil, a verdadeira linha de fronteira da politização no Ocidente. Um dispositivo paradoxal que, ao longo da história, ora despolitizou a cidadania, ora mobilizou o impolítico – e que ressurge sob a forma do terror em escala planetária.

Agamben reconstrói esse paradigma a partir de dois polos opostos e, ao mesmo tempo, solidários: o clássico, segundo o qual a guerra civil é parte constitutiva da pólis, a ponto de quem dela não participa ser privado de direitos políticos; e o moderno, representado pelo Leviatã de Hobbes, que tenta bani-la, mas acaba por introduzir, no próprio conceito de povo, a cisão que a torna possível.

No século XX, é Carl Schmitt quem reabilita o estado de natureza temido por Hobbes, fazendo da periculosidade do homem natural o único conteúdo da vida civil: política e guerra, aqui, pressupõem-se mutuamente. Essa visão trágica confronta-se com a leitura de Johan Huizinga, que inscreve a guerra no domínio do jogo, sugerindo que sua origem seria ritual, iniciática, voltada não ao extermínio do inimigo, mas à criação de vínculos – um “jogo sério” que, com o tempo, foi sequestrado pelo Estado e redirecionado a outros fins, à medida que o inimigo se tornava figura do inumano, passível de extermínio.

Trecho

“O fato de faltar, atualmente, uma doutrina da guerra civil é geralmente admitido, sem que essa lacuna pareça preocupar demasiadamente juristas e politólogos. Roman Schnur, que já nos anos 1980 formulava esse diagnóstico, acrescentava, contudo, que a desatenção em relação à guerra civil caminhava no mesmo ritmo que o aumento da guerra civil mundial1. Depois de trinta anos, a observação não perdeu nada da sua atualidade. Enquanto hoje parece ter diminuído a própria possibilidade de distinguir guerra entre Estados e guerra intestina, os estudiosos competentes continuam evitando com cuidado qualquer tipo de aceno a uma teoria da guerra civil”.

Metadado adicionado por Boitempo Editorial em 20/05/2025

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Metadados adicionados: 20/05/2025
Última alteração: 20/05/2025

Autores e Biografia

Agamben, Giorgio (Autor) - Giorgio Agamben, filósofo italiano, é um dos principais intelectuais de sua geração. Deu cursos em várias universidades europeias e norte-americanas, mas se recusou a prosseguir lecionando na New York University em protesto contra a política de segurança dos Estados Unidos. Afastou-se da carreira docente no fim de 2009. Sua obra, influenciada por Benjamin, Foucault e Arendt, centra-se nas relações entre filosofia, literatura, poesia e política.; Peterle, Patricia (Tradutor) , Pinho, Isabela (Prefácio) , Viganó, Livia (Capista)

Sumário

Prefácio – Para imaginar uma comunidade política por vir.......7
Isabela Pinho
Advertência........................................................................19
Stasis...................................................................................21
Leviatã e Behemoth............................................................39
Notas sobre a guerra, o jogo e o inimigo.............................75
Bibliografia.........................................................................97
Apêndice..........................................................................101



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