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Livro Impresso

Sabor de química



Roniwalter Jatobá, sabor de química, Contos brasileiros, terra, flores da violência, insonia, remorsos, mudanças, a fábrica


Sinopse

O campo e a cidade são os polos que se encontram neste livro de estreia de Roniwalter Jatobá. Escrito no fervor da ditadura civil-militar, a obra carrega a característica central que irá marcar todos os demais trabalhos do autor, o de trazer para o centro aqueles que sempre ficaram às margens. Os despossuídos, desenraizados, as ruas de terra com moradias precárias, a falta de saneamento básico, os salários que não chegam ao fim do mês, os transportes públicos lotados e insuficientes e as humilhações corriqueiras aparecem aqui como protagonista de uma literatura que incomoda e chacoalha o leitor.

Sabor de química é dividido em duas partes: “Bananeiras” traz histórias sobre os lugares de origem e narra o que se tem e o que se deixa, não por vontade ou autonomia, mas por necessidade. “A cidade” marca a segunda parte da obra, que apresenta ao leitor as diferentes tramas e armadilhas da metrópole e conta as memórias dos que chegam cheio de sonhos e são enviados para as periferias mais destroçadas e desassistidas. Nas palavras de Adelaide Ivánova, que assina o texto de orelha, “Jatobá se aproxima do gesto de escrita-mosaico para traçar um paralelo emocionante entre aquilo que se deixa e aquilo que se encontra quando se é um trabalhador emigrado”.

“Sempre o li como um ‘romance de estilhaços’, um espelho jogado no chão, como uma só e longa história de azares, cortada à faca, embaralhada com raiva, em que cada pedaço, cada caco, só existe para conformar um mosaico maior: o do horror primitivo de nossa desumanidade. Um livro fundador sobre aquilo que fizemos de nós mesmos e numa época muito particular, cinzenta. Eram os anos de chumbo”, escreve Fernando Bonassi na inédita apresentação.

Trecho

“Eles diziam que tudo em São Paulo era formoso, de melhor não havia, coisa e tal: somente guardavam as tristezas, escondidas nos cantos dos pés de porteiras, que ninguém achava. Falatórios bonitos de ruas cheias de carros se multiplicavam em mil na imaginação de Jarrê. Então, eles diziam dos prédios, grandes, dez, vinte andares, até tocando o céu, dos empregos oferecidos, a escolher, sem calos nas mãos, ganhando bom dinheiro para o gasto fazendo pé de meia. E mostravam à multidão (Jarrê sobressaía especulando, olhando de perto, cheirando, como é isso?, aquilo?) o relógio de pulso, Seiko, japonês legítimo, comprado a prestação na José Paulino. Jarrê, no perguntar só por perguntar, quem sou eu para possuir, qual é o preço?.”

Metadado adicionado por Boitempo Editorial em 22/05/2025

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Metadados adicionados: 22/05/2025
Última alteração: 22/05/2025

Autores e Biografia

Jatobá, Roniwalter (Autor) , Bonassi, Fernando (Apresentação) , Viganó, Livia (Capista) , Ivánova, Adelaide (Orelha) , Squeff, Enio (Colaborador) , Konder, Rodolfo (Colaborador)

Sumário

APRESENTAÇÃO
“O valor inestimável do testemunho”,
por Fernando Bonassi 7
PARTE 1 – BANANEIRAS
1. Terra 15
2. Trocato 21
3. Flores da violência 31
4. Ciriaco 37
5. Vontades 59
PARTE 2 – A CIDADE
6. Mudanças 65
7. A fábrica 67
8. Remorsos 71
9. Insônia 77
10. A força do sangue 83
11. Solução domingueira 95
12. Domingo, tem cinema 105
13. Entre quarto e medos 111
14. Paragens 115
15. Margem 135
16. Zuleide 145
17. Dorinha 153
18. Odília 157
19. Espera 161
20. Falso milagre 169
21. Luz dos homens 177
22. Sabor de química 187
SOBRE O AUTOR 191



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