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Crônicas da vida operária



Roniwalter Jatobá, Crônicas brasileiras, operários, trabalhadores, alojamento


Sinopse

Pioneiro ao mover para o centro da literatura o operário, Roniwalter Jatobá traz em Crônicas da vida operária uma série de textos que reconstrói o universo dos trabalhadores fabris dos anos 1970. Com sensibilidade e rigor textual, o autor explora o intenso fluxo migratório do período, quando milhares de pessoas foram empurradas de seus locais de origem para servir de mão de obra barata para o “milagre econômico brasileiro”.

A experiência de Jatobá como operário da indústria automobilística e como motorista de caminhão explica a vivacidade e a boa literatura que se produziu em suas obras, sem maniqueísmos ou personagens esquemáticos. Para Fernando Morais, no prefácio da obra, a conversa de Roniwalter é mais dura, já que se deu enquanto sua geração decifrava angústias existenciais. “Seus personagens, calados e magros, falam de uma gente que chega a São Paulo em pau de arara, viaja como pingente nos trens de subúrbio e fabrica máquinas e edifícios de que jamais desfrutará”, escreve.

Quase quarenta anos depois de sua primeira publicação, Crônicas reafirma sua atemporalidade e similaridade com o mundo laboral contemporâneo, que trocou o precário chão de fábrica pelo trabalho mediado por aplicativo. Para Regina Dalcastagnè, que assina o texto de orelha, as mãos talentosas de Jatobá constroem representações cheias de vida e pouco presentes em nossa literatura e em nosso imaginário, “embora não passemos um minuto sequer sem o produto de seu trabalho”.

Trecho

“Você vai indo sentado de olhos parados e encostado ao vidro da janela do ônibus e vê a rua. Nada pra você é estranho: a rua, a fábrica que você vê todo dia, o mendigo encolhido trêmulo de frio coberto de jornal naquela esquina, o vento que sopra dos trilhos como soprado pelas locomotivas que passam pegando velocidade, e você passa dentro do ônibus olhando a rua, quem sabe até me vê caminhando nessa hora da manhã no rumo da fábrica nesse primeiro dia de trabalho ou me vê já parado quieto aqui na frente esperando a hora, sete horas. Não lhe aceno nem você também, somos estranhos e desconhecidos.”

Metadado adicionado por Boitempo Editorial em 22/05/2025

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Metadados adicionados: 22/05/2025
Última alteração: 22/05/2025

Autores e Biografia

Jatobá, Roniwalter (Autor) - Roniwalter Jatobá nasceu em Campanário, MG, em 1949. Aos dez anos, migrou com a família para a região de Campo Formoso, no interior baiano. Veio para São Paulo em 1970. Trabalhou como operário no ABC e depois na área gráfica da Abril. Cinco anos mais tarde, auxiliado financeiramente pela empresa, formou-se jornalista. Autor de vasta obra, pela Boitempo publicou Paragens (2025), Sabor de química (2025) e Crônicas da vida operária (2025).; Morais, Fernando (Prefácio) , Frederico, Celso (Posfácio) , Viganó, Livia (Capista) , Dalcastagnè, Regina (Orelha) , Machado, Rubem Mauro (Colaborador) , Pompeu, Renato (Colaborador)

Sumário

PREFÁCIO À PRIMEIRA EDIÇÃO
“Operários no Prêmio Casa das Américas,
em Cuba”, por Fernando Morais 9
1. A mão esquerda 13
2. Alojamento 25
3. Sina 29
4. Trabalhadores 33
5. Nos olhos, gases e batatas… 51
6. Duas margens 55
7. O trem, a estação… todos os dias 59
POSFÁCIO
“Dignidade operária, mundo desumanizado”,
por Celso Frederico 65
SOBRE O AUTOR 71



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