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Livro Impresso

Destinos do feminismo
do capitalismo administrado pelo Estado à crise neoliberal



social-democracia, gênero, heterossexualismo, teoria crítica, capitalismo


Sinopse

A segunda onda do feminismo surgiu como uma luta pela libertação das mulheres e ocupou seu lugar ao lado de outros movimentos radicais. Mas a subsequente imersão do feminismo na política de identidade coincidiu com um declínio de suas utopias e com a ascensão do neoliberalismo. Em Destinos do feminismo, a filósofa Nancy Fraser defende um feminismo radical revigorado capaz de enfrentar os desafios atuais e a crise econômica global.

Os ensaios reunidos na obra foram escritos ao longo das últimas décadas e documentam as mudanças no imaginário feminista desde a década de 1970. O livro tem três partes. A primeira parte apresenta textos que situam o feminismo da segunda onda num campo mais amplo de lutas democratizantes e anticapitalistas. A segunda parte traça alterações subsequentes no imaginário feminista, como o deslizamento cultural mais amplo da política de igualdade para a política de identidade. São capítulos que diagnosticam os dilemas enfrentados pelos movimentos feministas em um período de neoliberalismo ascendente. A terceira e última parte contempla as perspectivas de um renascimento do radicalismo feminista em tempos de crise neoliberal.

“Este volume tem uma orientação ao mesmo tempo retrospectiva e prospectiva. Mapeando as mudanças no imaginário feminista desde a década de 1970, oferece uma interpretação da história recente do pensamento feminista. Ao mesmo tempo, contudo, ele olha adiante, para o feminismo do futuro, que está sendo inventado pelas novas gerações de ativistas feministas. Educada nos meios digitais e confortável no espaço transnacional, mas formada no cadinho da crise capitalista, esta geração promete reinventar mais uma vez a imaginação feminista. Advindas do longo caminho da política de identidade, as jovens feministas desta geração parecem preparadas para fazer surgir uma nova síntese de democracia radical e justiça social. [...] Confrontadas com a mais grave crise do capitalismo desde a década de 1930, têm todos os incentivos para conceber críticas novas e sistemáticas que combinem as ideias persistentes do feminismo socialista com as dos paradigmas mais recentes, como o pós-colonialismo e a ecologia”, diz a autora no prólogo da obra.

Trecho

“Nestas condições, uma teoria feminista que se preze deve reavivar as preocupações “econômicas” […] sem, no entanto, negligenciar os insights “culturais” […]. Mas isso não é tudo. Deve integrá-los não apenas entre si, mas também com um novo conjunto de preocupações “políticas” que a globalização salientou: como as lutas emancipatórias podem servir para garantir a legitimidade democrática e para expandir e equalizar a influência política numa época em que os poderes que governam nossas vidas ultrapassam cada vez mais as fronteiras dos Estados territoriais? Como os movimentos feministas podem promover a participação igualitária em nível transnacional, apesar das assimetrias de poder arraigadas e das visões de mundo divergentes? Lutando simultaneamente em três frentes – chamemos-lhes redistribuição, reconhecimento e representação –, o feminismo […] deve unir-se a outras forças anticapitalistas, ainda que precise expor o contínuo fracasso delas em absorver as ideias de décadas de ativismo feminista”.

Metadado adicionado por Boitempo Editorial em 05/03/2024

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Metadados adicionados: 05/03/2024
Última alteração: 15/04/2024

Autores e Biografia

Fraser, Nancy (Autor) - Nancy Fraser é uma filósofa norte-americana, professora titular da cátedra Henry A. and Louise Loeb de ciências políticas e sociais da New School for Social Research, em Nova York. Expoente do feminismo, tema com o qual trabalha desde o início da carreira e pelo qual milita politicamente, e da teoria crítica, a autora publicou diversos trabalhos de grande impacto nessas e em outras áreas da filosofia política e social. Pela Boitempo publicou Feminismo para os 99%: um manifesto (2019). Capitalismo em debate: uma conversa na teoria crítica (2020) e Justiça interrompida: reflexões críticas sobre a condição “pós-socialista” (2022).; Fagundes, Diogo Faia (Tradutor) , Nery, Maikon (Capista) , Torre, Bruna Della (Orelha)

Sumário

Prólogo a um drama em três atos
Parte I. O feminismo insurgente: radicalizando a crítica na era da socialdemocracia
1. O que há de crítico na teoria crítica? O caso de Habermas e o gênero
2. Luta pelas necessidades: panorama de uma teoria crítica socialista-feminista
da cultura política do capitalismo tardio
3. Uma genealogia da “dependência”: rastreando uma palavra-chave do Estado
de bem-estar dos Estados Unidos (em coautoria com Linda Gordon)
4. Depois do salário familiar: um experimento mental pós-industrial
Parte II. O feminismo domesticado: da redistribuição ao reconhecimento na era da
identidade
5. Contra o simbolicismo: os usos e abusos do lacanianismo na política feminista
6. Política feminista na era do reconhecimento: uma abordagem bidimensional
para a justiça de gênero
7. Heterossexismo, não reconhecimento e capitalismo: uma resposta a Judith
Butler
Parte III. O feminismo ressurgente? Enfrentando a crise capi talista na era
neoliberal
8. Reenquadrar a justiça em um mundo globalizado
9. Feminismo, capitalismo e a astúcia da História
10. Entre mercantilização e proteção social: resolvendo a ambivalência
feminista



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