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Livro Impresso

Gilvan Barreto: Paraíso



fotografia, arte, paisagem, paraíso


Sinopse

Paraíso, do fotógrafo e artista visual pernambucano Gilvan Barreto, é um livro que aborda a relação entre fotografia e texto ao investigar imagens que insinuam como uma paisagem paradisíaca pode ser capaz de camuflar tramas de injustiça – expondo, de maneira visual e simbólica, feridas abertas nas terras brasileiras. Nas palavras do organizador, o professor, pesquisador e curador Diogo Matos, trata-se de uma “antologia de ordem poética e histórica”: fotografias avulsas, séries fotográficas, livros reinterpretados, colagens, filmes e registros de ação que se combinam, formal e conceitualmente, numa costura aberta e em rede da produção artística e imagética de Barreto, criando diálogos e contrastes, silêncios e discursos.

O que é paraíso? Uma fantasia, uma sensação, um fragmento de tempo? Ou, como define o artista, “uma fotografia meticulosamente enquadrada, uma imagem que esconde mais do que mostra”? Gilvan Barreto quer ver e mostrar o que ficou de fora – um paraíso que é escudo e fachada: “Há séculos a memória desta terra é forjada pelo uso sistemático da violência. Os ciclos de intimidação são constantes e têm o mesmo alvo de sempre: o meio ambiente e as comunidades mais vulneráveis.”

Ao longo das páginas, numa narrativa que o artista compara a um longa-metragem, imagens e textos dialogam entre si: fotos se intercalam a um corpo de sinopses que ancora a leitura, uma longa entrevista que verbaliza intenções e processos de trabalho e um ensaio do organizador que avança criticamente na leitura de um fazer que é artístico e político.


Trechos:

“(...) poderíamos dizer que Paraíso é um filme. Entendo-o como um longa-metragem que, mesmo sem essa intenção, venho fotografando há quase três décadas com técnicas e estratégias diversas e sob a influência de momentos políticos diferentes. É, portanto, uma produção múltipla, fragmentada. Um roteiro escrito a partir da natureza, como se a paisagem fosse uma folha em branco na qual o homem registra e revela sua história. E o resultado, as marcas no meio ambiente, expressa quão civilizada é a nossa sociedade. Além de reagir a algumas das violências formadoras deste país, Paraíso expõe as cicatrizes e as feridas ainda abertas nesta terra. Mais que isso, especula sobre quanto a exuberância da paisagem é usada para encobrir injustiças”. (Gilvan Barreto)

“Este é um livro de prospecção pela obra e trajetória do artista Gilvan Barreto; a realização de uma antologia de ordem poética e histórica. O árduo trabalho coletivo que se materializa nesta publicação percorreu longos caminhos de tradução da imagem fotográfica para o espaço narrado do papel a ser manuseado. Traçamos rotas, forjamos histórias e construímos essencialmente uma aventura que complexifica a relação entre fotografia, texto e história – esta dedicada ao Brasil, país do qual falamos e que vivenciamos.” (Diego Matos)

Metadado adicionado por Editora Cobogó em 02/06/2022

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Metadados adicionados: 02/06/2022
Última alteração: 29/02/2024
Última alteração de preço: 29/02/2024

Autores e Biografia

Barreto, Gilvan (Autor)

Sumário

Sobre o artista
Gilvan Barreto (Jaboatão dos Guararapes, PE, 1973) é fotógrafo e artista visual. Seu trabalho foca em questões políticas, sociais e ambientais, com influências do cinema e da literatura, e foi reconhecido com importantes prêmios nacionais, como o Prêmio Brasil de Fotografia (em 2017 e 2014), Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia (2014), Prêmio Fundação Conrado Wessel de Arte (2013), Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger (2017), além de ter sido um dos artistas selecionados pelo programa Rumos (Itaú Cultural), em 2018 e 2014. É autor de diversos livros autorais: Sobremarinhos – Capitanias e tiranias (LP Press, 2019), Suturas (edição do autor, 2016), Orquestra Pernambucana de Fotografia (Tempo D’Imagem, 2015), Sobremarinhos (edição do autor, 2015), O livro do sol (Tempo D’Imagem, 2013) e Moscouzinho (Tempo D’Imagem, 2012). Dirigiu o documentário Prelúdio da fúria e é codiretor de Novo mundo (2020), websérie e curta-metragem sobre violência de Estado e racismo, entre outros trabalhos em audiovisual. Suas obras circulam em exposições, galerias e coleções de arte. Reside no Rio de Janeiro.

Sobre o organizador
Diego Matos (Fortaleza, CE, 1979) é pesquisador, professor e curador. Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC), é mestre (2006-2009) e doutor (2010-2014) pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU -US P). É um dos idealizadores da Rama Plataforma (2021), ambiente dedicado ao ensino e à difusão das artes visuais. Em parceria com Márcio Seligmann-Silva, é um dos curadores da exposição permanente MemoriAntonia: Por uma Memória Ativa a Serviço dos Direitos Humanos (Centro Universitário Maria Antonia – USP, 2021). Organizou, com Guilherme Wisnik, o livro Cildo: Estudos, espaços, tempo (Ubu Editora, 2017). Foi coordenador de acervo e pesquisa e curador institucional da Associação Cultural Videobrasil (2014-2016). Ao longo de sua trajetória, organizou outras publicações e exposições. Vive e trabalha em São Paulo.




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