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Livro Impresso

Uma paixão no deserto
Seguido de a paz conjugal



Restauração da monarquia, Adultério, Napoleão, Comédia humana, Narrativa moldura, Egito, Pantera, Animais, Cenas da vida militar, Contos, Narrativa curta, Literatura francesa, Literatura europeia


Sinopse

"Balzac: sempre surpreendente

“Uma paixão no deserto” não tem nenhum vínculo direto com o conjunto das 89 histórias que formam A comédia humana. É peculiar, original, surpreendente e mais do que tudo, ambígua. Balzac incluiu este conto nas “Cenas da vida militar”, uma subdivisão de A comédia humana cujo projeto original previa cinco histórias, mas o autor só conseguiu concluir duas. É narrado na terceira pessoa e conta a história de um soldado do Exército de Napoleão perdido no deserto quando da invasão do Egito.
Segue-se a novela “A paz conjugal”, magnífico retrato dos salões parisienses no período da restauração da monarquia, após a queda de Napoleão. A história se passa majoritariamente durante um baile. O suficiente para esboçar um profundo painel retratando a sociedade daqueles tempos: luta pelo poder, adultério, tráfico de influências, enfim, homens e mulheres buscando “ouro e prazer”, o que, segundo Balzac, definia as aspirações da grande sociedade da época."

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Última alteração: 08/07/2025

Autores e Biografia

Balzac, Honoré de (Autor) - A comédia humana é o título geral que dá unidade à obra máxima de Honoré de Balzac e é composta de 89 romances, novelas e histórias curtas. Este enorme painel do século XIX foi ordenado pelo autor em três partes: “Estudos de costumes”, “Estudos analíticos” e “Estudos filosóficos”. A maior das partes, “Estudos de costumes”, com 66 títulos, subdivide-se em seis séries temáticas: Cenas da vida privada, Cenas da vida provinciana, Cenas da vida parisiense, Cenas da vida política, Cenas da vida militar e Cenas da vida rural (a idéia de Balzac era que A comédia humana tivesse 137 títulos, segundo seu Catálogo do que conterá A comédia humana, de 1845. Deixou de fora, de sua autoria, apenas Les cent contes drolatiques, vários ensaios e artigos, além de muitas peças ficcionais sob pseudônimo e esboços que não foram concluídos). Trata-se de um monumental conjunto de histórias, considerado de forma unânime uma das mais importantes realizações da literatura mundial em todos os tempos. Cerca de 2,5 mil personagens se movimentam pelos vá­rios livros de A comédia humana, ora como pro­tagonistas, ora como coadjuvantes. Genial observador do seu t­empo, Balzac soube como ninguém captar o “es­pírito” do século XIX. A França, os franceses e a Europa no período entre a Revolução Francesa e a Restauração têm nele um pintor magnífico e preciso. Friedrich Engels, numa carta a Karl Marx, disse: “Aprendi mais em Balzac sobre a so­ciedade francesa da primeira metade do século, inclusive nos seus pormenores econômicos (por exemplo, a redistribuição da propriedade real e pessoal depois da Revolução), do que em todos os livros dos historia­do­res, economistas e estatísticos da época, todos juntos”. Clássicos absolutos da literatura mundial como Ilusões perdidas, Eugénie Grandet, O lírio do vale, O pai Goriot, Ferragus, Beatriz, A vendeta, Um episódio do terror, A pele de onagro, A mulher de trinta anos, A fisiologia do casamento,entre tantos outros, combinam-se com dezenas de his­tó­rias nem tão célebres, mas nem por isso menos delicio­sas ou reveladoras. Tido como o inventor do romance mo­derno, Balzac deu tal dimensão aos seus personagens que já no século XIX mereceu do crítico literário e historiador francês Hippolyte Taine a seguinte observação: “Como William Shakespeare, Balzac é o maior repositório de documentos que possuímos sobre a natureza humana”. Balzac nasceu em Tours em 20 de maio de 1799. Com dezenove anos convenceu sua família – de modestos recur­sos – a sustentá-lo em Paris na tentativa de tornar-se um grande escritor. Obcecado pela idéia da glória literária e da fortuna, foi para a capital francesa em busca de periódicos e editoras que se dispusessem a publicar suas his­tórias – num momento em que Paris se preparava para a época de ouro do romance-folhetim, fervilhando em meio à proliferação de jornais e revistas. Cons­cien­te da necessi­dade do aprendizado e da sua própria falta de experiência e técnica começou publicando sob pseudônimos e­xóticos, como Lord R’hoone e Horace de Saint-Aubin. Escrevia histórias de aventuras, romances policia­lescos, açucarados, folhetins baratos, qualquer coisa que lhe desse o sustento. Obstinado com seu futuro, evitava usar o seu verdadeiro nome para dar autoria a obras que considerava (e de fato eram) menores. Em 1829, lançou o primeiro livro a ostentar seu nome na capa – A Bretanha em 1800 –, um ro­mance histórico em que tentava seguir o estilo de Sir Walter Scott (1771-1832), o grande romancista escocês autor de romances históricos clássicos, como Ivanhoé. Nesse momento, Balzac sente que começou um grande projeto literário e lança-se fervorosamente na sua execução. Paralelamente à enorme produção que detona a partir de 1830, seus delírios de grandeza levam-no a bolar negócios que vão desde gráficas e revistas até minas de prata. Mas fracassa como homem de negócios. Falido e endividado, reage criando obras-primas para pagar seus credores numa destrutiva jornada de trabalho de até dezoito horas diárias. “Durmo às seis da tarde e acordo à meia-noite, às vezes passo 48 horas sem dormir...”, queixava-se em cartas aos amigos. Nesse ritmo alucinante, ele produziu alguns de seus livros mais conhecidos e despon­tou para a fama e para a glória. Em 1833, teve a ante­visão do conjunto de sua obra e passou a formar uma grande “sociedade”, com famílias, cortesãs, nobres, burgueses, notários, personagens de bom ou mau caráter, vigaristas, camponeses, homens honrados, avarentos, enfim, uma enorme galeria de tipos que se cru­zariam em várias histórias diferentes sob o título geral de A comédia humana. Convicto da importância que representava a idéia de unidade para todos os seus romances, escreveu à sua irmã, comemorando: “Saudai-me, pois estou seriamente na iminên­cia de tornar-me um gênio”. Vale ressaltar que nesta imensa galeria de tipos, Balzac criou um espetacular conjunto de personagens femininos que – como dizem unanimemente seus biógrafos e críticos – tem uma di­mensão muito maior do que o conjunto dos seus personagens masculinos. Aos 47 anos, massacrado pelo trabalho, pela péssima alimentação e pelo tormento das dívidas que não o abando­naram pela vida inteira, ainda que com projetos e esboços para pelo menos mais vinte romances, já não escrevia mais. Consagrado e reconhecido como um grande escritor, havia construído em frenéticos dezoito anos este monumento com quase uma centena de livros. Morreu em 18 de agosto de 1850, aos 51 anos, pouco depois de ter casado com a condessa polonesa Ève Hanska, o grande amor da sua vida. O gran­de intelectual Paulo Rónai (1907-1992), escri­tor, tradutor, crítico e coordenador da publicação de A comédia humana no Brasil, nas décadas de 1940 e 1950, escreveu em seu ensaio biográfico “A vida de Balzac”: “Acabamos por ter a impressão de haver nele um velho conhecido, quase que um membro da família – e ao mesmo tempo compreendemos cada vez menos seu talento, esta monstruosidade que o diferencia dos outros homens”. A verdade é que a obra de Balzac sobreviveu ao autor, às suas idiossincrasias, vaidades, aos seus desastres financeiros e amorosos. Sua mente prodigiosa concebeu um mundo muito maior do que os seus contemporâneos alcançavam. E sua obra projetou-se no tempo como um dos momentos mais preciosos da li­teratura universal. Se Balzac nascesse de novo dois séculos depois, ele veria que o úl­timo parágrafo do seu prefácio para A comédia humana, longe de ser um exercício de vaidade, era uma profecia: “A imensidão de um projeto que abarca a um só tempo a história e a crítica social, a análise de seus males e a discussão de seus princípios, autoriza-me, creio, a dar à minha obra o título que ela tem hoje: A comédia humana. É ambicioso? É justo? É o que, uma vez terminada a obra, o público decidirá.” (Texto de Ivan Pinheiro Machado editado na apresentação dos livros de A comédia humana, publicados pela coleção L&PM POCKET); iStock (Ilustrador) , Simões, Julia da Rosa (Tradutor) , Lagos, William (Tradutor) , Machado, Ivan Pinheiro (Capista)

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