Precisa de ajuda?

+ 55 11 99384-2442
[email protected]

Livro Impresso

Digno é o cordeiro
memória de um ano sombrio



Ditadura militar, Tortura, Preso político, Lágrimas na chuva, Golpe militar, Repressão, Estado de direito, Operação Condor, Golpe de 1964, Hospital do Kremlin, Memórias, Doi-Codi


Sinopse

“Em meu primeiro passo na calçada, dois homens me seguraram, um em cada braço [...]. Tentei me libertar, mas um dos braços me foi torcido às costas, fazendo com que me curvasse e fosse ao chão. [...]
− Não faz escândalo – disse um dos policiais –, ninguém está interessado nos teus gritos.
[...]
No outro lado da avenida, tive de entrar num Fusca bordô, onde aguardavam o motorista e outro homem. Os dois policiais, ambos robustos, sentaram-se no banco traseiro, espremendo-me no meio. Levaram-me para um sobrado de dois pisos na rua Duque de Caxias no 1705, quase defronte à Praça do Portão. [...]. Deixaram-me encerrado numa peça do piso superior, de parco e arruinado mobiliário: a escrivaninha, a máquina de escrever, a cadeira almofadada e três ou quatro cadeiras comuns. Para me vigiar, foi chamado um guarda-civil. Finalmente, acabava a angústia de não saber quando seria preso. Começaria uma outra. Chegara a minha vez.”

Anos de horror

Em 1963, Sergio Faraco, então jovem membro do Partido Comunista Brasileiro, viajou a Moscou às expensas do Partido Comunista da União Soviética para estudar. Acabou se indispondo com o autoritarismo e preso em isolamento no Hospital do Kremlin (espécie de gulag urbano), para ser “reeducado”. Retornou em 1965 a um Brasil onde ocorrera um golpe e se iniciara a ditadura militar – que, é claro, não deixaria impune um jovem militante recém-chegado do berço do comunismo.
Ainda alquebrado pela experiência soviética, Faraco foi preso pela Interpol em Porto Alegre, num sobrado da rua Duque de Caxias, e dali não saiu incólume.
Esta importante obra documental rememora e revive os anos de horror de 1964 a 1985 no Brasil. Vigia então o Estado repressor, em que todas as garantias e liberdades individuais estavam suspensas, em que imperava o denuncismo, com vizinhos, conhecidos e até amigos desconfiando uns dos outros, e no qual mesmo uma delação sem fundamento podia significar um caminho até a tortura e a morte.
Um relato magistralmente escrito, profundamente humano, universal, atual e necessário.

Metadado adicionado por L&PM em 11/09/2024

Encontrou alguma informação errada?

ISBN relacionados

9788525422705 (ISBN de Produto do Mesmo Autor)


Metadados adicionados: 11/09/2024
Última alteração: 01/11/2024

Autores e Biografia

Faraco, Sérgio (Autor) - Sergio Faraco Nasceu em Alegrete, no Rio Grande do Sul, em 1940. Entre os anos 1963 e 1965, viveu na União Soviética, tendo cursado o Instituto Internacional de Ciências Sociais, em Moscou. Mais tarde, no Brasil, bacharelou-se em Direito. Em 1988, seu livro A dama do Bar Nevada obteve o Prêmio Galeão Coutinho, conferido pela União Brasileira de Escritores ao melhor volume de contos lançado no Brasil no ano anterior. Em 1994, com A lua com sede, recebeu o Prêmio Henrique Bertaso (Câmara Rio-Grandense do Livro, Clube dos Editores do R.G.S. e Associação Gaúcha de Escritores), atribuído ao melhor livro de crônicas do ano. No ano seguinte, como organizador da coletânea A cidade de perfil, fez jus ao Prêmio Açorianos de Literatura – Crônica, instituído pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Em 1996, foi novamente distinguido com o Prêmio Açorianos de Literatura – Conto, pelo livro Contos completos. Em 1999, recebeu o Prêmio Nacional de Ficção, atribuído pela Academia Brasileira de Letras à coletânea Dançar tango em Porto Alegre como a melhor obra de ficção publicada no Brasil em 1998. Em 2000, a Rede Gaúcha SAT/RBS Rádio e Rádio CBN 1340 conferiram ao seu livro de contos Rondas de escárnio e loucura o troféu Destaque Literário (Obra de Ficção) da 46ª Feira do Livro de Porto Alegre (Juri Oficial). Em 2001, recebeu mais uma vez o Prêmio Açorianos de Literatura – Conto, por Rondas de escárnio e loucura. Em 2003, recebeu o Prêmio Erico Veríssimo, outorgado pela Câmara Municipal de Porto Alegre, e o Prêmio Livro do Ano (Não-Ficção) da Associação Gaúcha de Escritores, por Lágrimas na chuva, que também foi indicado como Livro do Ano pelo jornal Zero Hora, em sua retrospectiva de 2002, e eleito pelos internautas, no site ClicRBS, como o melhor livro rio-grandense publicado no ano anterior. Em 2004, a reedição ampliada de Contos completos é distinguida com o Prêmio Livro do Ano no evento O Sul e os Livros, patrocinado pelo jornal O Sul, TV Pampa e Supermercados Nacional. No mesmo evento, é agraciada como o Destaque do Ano a coletânea bilíngüe Dall’altra sponda/Da outra margem, em que participa, ao lado de Armindo Trevisan e José Clemente Pozenato. Seus contos foram publicados nos seguintes países: Alemanha, Argentina, Bulgária, Chile, Colômbia, Cuba, Estados Unidos, Paraguai, Portugal, Uruguai e Venezuela. Foi escolhido patrono da 70a Feira do Livro de Porto Alegre (2024).; Machado, Ivan Pinheiro (Capista)

Para acessar as informações desta seção, Faça o login.