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O que não tem censura nem nunca terá
Chico Buarque e a repressão artística na ditadura militar



Chico Buarque, Julinho da Adelaide, MPB, Caetano, Gilberto Gil, Marieta Severo, Roda viva, Zé Celso Martinez, Repressão, Censura, Autoritarismo, Atentado do Riocentro, Ditadura militar, Anistia, Exílio, Tortura, Zuzu Angel, Constituição 1988, Constituição Cidadã, A banda, Geraldo Vandré, DOPS, O Pasquim, Millôr Fernandes


Sinopse

“Durante anos, o Brasil viveu dentro de uma jaula do medo. [...] O [período] mais recente pode ser resumido nas pouco mais de duas décadas que vão do começo de 1964 a meados de 1985 e que foi marcado por uma forte repressão.
Chico Buarque foi o maior símbolo desta perseguição cultural e política.
Quando a ditadura se declarou vitoriosa, ele não havia completado vinte anos. Quando o AI-5 foi decretado, Chico recém fizera 24 e era um veterano, com seu nome já inscrito na história da MPB [...]. E já era visado pela Censura.
A partir de então, Chico não teve descanso. Foi perseguido, censurado, vetado, exilado, cortado e até, de forma temporária, calado. [...]
Nunca alguém havia recebido uma marcação tão forte e injusta na cultura brasileira. Em determinado momento, [...] três de cada quatro composições que ele produzia eram censuradas, tornando impossível a montagem de um repertório mínimo para um show ou um disco. Em última análise, Chico atravessou boa parte dos anos 70 proibido de criar.”


O gênio censurado

A ditadura militar que governou o Brasil de 1964 a 1985 coincidiu com a fase inicial da carreira de Chico Buarque (1944-), um dos maiores compositores da história da música brasileira. Foi em 1966 que o jovem estudante de arquitetura lançou “A banda”, seu primeiro grande sucesso. Nesse mesmo ano, “Tamandaré”, outra composição sua, foi proibida pelo Serviço de Censura, por ofender o almirante Tamandaré, o patrono da Marinha. Era o primeiro encontro de Chico com a Censura – o primeiro de muitos.
No ano seguinte, seria a vez de Roda viva (peça de sua autoria dirigida por José Celso Martinez Corrêa) ser alvo dos censores. Em dezembro de 1968 era baixado o Ato Institucional no 5, que suspendia todas as garantias constitucionais e dava início aos “anos de chumbo”. A partir daí, os artistas brasileiros não teriam mais paz. Para Chico, veio o autoexílio na Itália, a atividade de correspondente informal do contracultural O Pasquim e a criação de músicas antológicas, sob o tacão da Censura.
Foram dezenas de composições; algumas proibidas de imediato, e outras – como “Apesar de você” (1970) – que passaram inicialmente despercebidas pelo radar dos censores (não muito versados em sutilezas). Chico, articulado e bem-humorado, defendia-se concedendo inúmeras entrevistas. Resultado: tornou-se a face mais expressiva da resistência democrática. Algumas de suas criações, como “Cálice” (cale-se?), com Gilberto Gil, se tornaram hinos de oposição ao regime militar. Talvez nenhum outro artista tenha sido tão sistematicamente perseguido como Chico. Isso durou até o álbum Francisco, lançado em 1987 – quando se preparava a Constituição Cidadã, que, promulgada em 1988, passou a garantir a liberdade de criação artística.
Este livro traz um relato da relação conflituosa entre um dos artistas mais geniais já produzido pelo Brasil e a Censura oficial do regime militar. Ao mesmo tempo, trata-se de um magistral resgate da perseguição e da repressão artística no mais recente período em que todas as liberdades foram suspensas em nosso país. Um deleite para fãs e não fãs; para os que viveram durante a repressão militar e para as novas gerações que pouco ou nada sabem sobre o que é viver e criar sob o autoritarismo.

Metadado adicionado por L&PM em 22/05/2024

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Metadados adicionados: 22/05/2024
Última alteração: 29/05/2024

Autores e Biografia

Pinheiro, Márcio (Autor) - MÁRCIO PINHEIRO nasceu em 1967 – ano em que Chico lançou “Noite dos mascarados” e “Com açúcar, com afeto”. Jornalista desde 1989, trabalhou nos principais veículos de Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, como Zero Hora, Jornal da Tarde e Jornal do Brasil. Colabora com diversas publicações impressas e online, entre as quais o site AmaJazz, do qual é editor. É autor de Esse tal de Borghettinho (Belas Letras, 2015) e Rato de redação: Sig e a história do Pasquim (Matrix, 2022), finalista do prêmio Jabuti, entre outros. ; Machado, Ivan Pinheiro (Capista) , Machado, Rodolpho (Capista) - Foto da capa; Globo, Agência O (Capista) - Foto capa Show no Canecão (17/09/1971)

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