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Livro Impresso

Zoo, ou Cartas não de amor



formalismo russo, romance epistolar, exílio russo, Viktor Chklóvski, Elsa Triolet


Sinopse

Exilado em Berlim nos anos 1920 junto com muitos outros artistas e escritores russos, Viktor Chklóvski, um dos principais teóricos do Formalismo Russo, apaixonou-se pela jovem escritora Elsa Triolet e passou a lhe enviar cartas diariamente. Ela aceitou as cartas, impondo uma única condição: que elas não falassem de amor. Zoo, ou Cartas não de amor é o genial romance epistolar resultante dessa correspondência.


Mas é também muito mais que isso. Num verdadeiro surto criativo, Chklóvski recorre aos mais variados assuntos para lidar com a proibição: a vida no exílio, a guerra, as diferenças entre Moscou e Berlim, a transformação da vida pelas máquinas, retratos de figuras como Khliébnikov, Chagall e Pasternak. Recorre também a diversos gêneros literários: prosa poética, ensaio, fábula, memória... Não obstante essa miríade de temas e formas, a paixão reprimida se insinua a todo momento por entre as linhas desta prosa ágil, divertida e emocionada.


Inédito no Brasil, Zoo guarda estreita semelhança com o poema Sobre isto, de Maiakóvski: os dois livros falam de amores não correspondidos, os autores eram amigos, as duas “musas” eram irmãs e as obras foram publicadas no mesmo ano, 1923. Esta criteriosa tradução de Vadim Nikitin se baseia na última edição revista pelo autor, de 1966, e inclui uma introdução do crítico e tradutor Richard Sheldon e um perfil biográfico de Elsa Triolet.

Metadado adicionado por Editora 34 em 30/09/2025

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Metadados adicionados: 30/09/2025
Última alteração: 17/10/2025

Autores e Biografia

Chklóvski, Viktor (Autor) -

Viktor Chklóvski nasceu em 1893 em São Petersburgo. Em 1912, ingressou na Faculdade de História e Filologia, mas não a concluiu; com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, juntou-se ao exército como voluntário e logo passou a servir como instrutor na divisão de carros blindados. Foi nesse período que formou a OPOIAZ (Sociedade para o Estudo da Linguagem Poética), grupo pioneiro na análise formal da literatura, e publicou textos seminais como “A arte como procedimento”. Teve participação ativa na Revolução de Fevereiro e no recém-criado soviete de Petrogrado. Após a Revolução de Outubro, teve envolvimento na conspiração antibolchevique encabeçada pelos SR e, com a descoberta do plano, refugiou-se em Sarátov, onde dedicou-se aos artigos e ensaios que comporiam seu livro Sobre a teoria da prosa (publicado em 1925). Em 1919, ao voltar à capital, casa-se com Vassilissa Kordi, com quem teve dois filhos. Nessa época, lecionou no Instituto de História da Arte, em Petrogrado, e nos estúdios do projeto Literatura Mundial, onde ajudou a formar o grupo de jovens escritores Irmãos Serapião, além de compilar suas reminiscências sobre a guerra e as revoluções que integrariam o livro Viagem sentimental (1923), o primeiro de seus três livros de memórias (os outros são Zoo, ou Cartas não de amor, de 1923, dedicado a Elsa Triolet, e Terceira fábrica, de 1926). Ao longo dos anos 1920, após um breve exílio em Berlim, Chklóvski se envolveu nos círculos futuristas e tornou-se um dos líderes do grupo que editava o periódico LEF (Front de Esquerda da Arte). Em 1930, após as perseguições que fizeram cair em desgraça escritores como Pilniák e Zamiátin, publica o artigo “A respeito de um erro científico”, em que se volta contra seu passado formalista. Segue então publicando teoria e crítica literária, mas com maior enfoque biográfico e memorialista, como em Sobre Maiakóvski (1940) e Lev Tolstói (1963). Trabalhou também como montador de filmes e roteirista para o Comitê Estatal de Cinematografia (GOSKINO), deixando um grande volume de escritos sobre cinema. Em 1956 casa-se com Serafima Siuk, que era então sua datilógrafa, e com quem viveu até os últimos anos de vida. Chklóvski escreveu e publicou até o fim de seus dias, muitas vezes revisitando textos de juventude, como a versão de 1983 de Sobre a teoria da prosa. Em 1984 morreu em Moscou, de causas naturais, aos 91 anos de idade.

; Nikitin, Vadim (Tradutor) -

Vadim Nikitin nasceu em Moscou, em 1972, e vive em São Paulo desde 1976. Formado em Letras pela FFLCH-USP, é tradutor, dramaturgo, diretor, ator e letrista. Traduziu Duas narrativas fantásticas: A dócil e O sonho de um homem ridículo, de Fiódor Dostoiévski (Editora 34, 2003), O homem sentado no corredor e A doença da morte, de Marguerite Duras (Cosac Naify, 2007), Do amor e O idílio da Carvoeirinha, de Federico García Lorca (em Os títeres de porrete e outras peças, SM, 2007) e Histórias de bichos, de Lev Tolstói (SM, 2013). Para a trupe de Elcio Nogueira Seixas e Renato Borghi, traduziu Tio Vánia (1996) e O jardim das cerejeiras (2000), de Tchekhov, e Tímon de Atenas (2006), de Shakespeare. Para a Cia. Livre, traduziu Um bonde chamado desejo (dir. Cibele Forjaz, 2001), de Tennessee Williams (Peixoto Neto, 2004) e, entre 2008 e 2013, colaborou nas dramaturgias de O idiota, de Dostoiévski (dir. Cibele Forjaz), e de O duelo, de Tchekhov (dir. Georgette Fadel). Com Guilherme Wisnik, fez a curadoria de Na sala da memória, palestras multimídia de Ferreira Gullar e Paulo Lins (Sesc Pinheiros, São Paulo, 2003) e, com Cacá Machado e José Miguel Wisnik, das exposições Machado de Assis, mas este capítulo não é sério e Oswald de Andrade: o culpado de tudo (Museu da Língua Portuguesa, 2008-2011). Foi dramaturgo do espetáculo Um jeito de corpo, do Balé da Cidade de São Paulo, baseado na obra de Caetano Veloso (coreografia de Morena Nascimento, 2018). Atuou no Teatro Oficina de 1996 a 2005 (As Bacantes, de Eurípides, Ela, de Jean Genet, Ham-Let, de Shakespeare, e Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues, dir. Zé Celso Martinez Corrêa), em As três irmãs, de Tchekhov (dir. Bia Lessa, 1998) e em Toda nudez será castigada, de Nelson Rodrigues (Cia. Livre, dir. Cibele Forjaz, 1999). Além de dirigir Os sete gatinhos (2001), de Nelson Rodrigues, escreveu e dirigiu, entre 1997 e 2021, as peças Canção de cisne, variação sobre Tchekhov, 2497 rublos e meio, série de lazzi dostoievskianos, A voz que resta, monólogo para Gustavo Machado (que em 2025 virou longa-metragem, dir. Gustavo Machado e Roberta Ribas) e o monólogo-média-metragem Stavrôguin, eu mesmo, adaptação de passagens de Os demônios, de Dostoiévski, para Luah Guimarãez.

; Sheldon, Richard (Introdução)

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