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Livro Impresso

A cidade das mulheres



Feminismo, Misoginia, Utopia, Mulheres históricas, Estudos de gênero


Sinopse

Escrita por Christine de Pizan entre 1404 e 1405, A Cidade das Mulheres é considerada a primeira obra feminista da história da literatura ocidental. Nascida em Veneza em 1364, Christine recebeu uma educação refinada na corte de Carlos V, em Paris, onde seu pai atuava como secretário e astrólogo. Espírito espantosamente moderno, ela reuniu um conhecimento excepcional e colocou sua inteligência e sua cultura a serviço das mulheres, denunciando a misoginia dominante em seu tempo, especialmente nos meios clericais.


Inspirada na Cidade de Deus, de Santo Agostinho, Christine de Pizan concebeu uma cidade utópica composta exclusivamente por mulheres, ao abrigo das calúnias e injustiças dos homens. Em seu livro, a autora, hoje reconhecida como a primeira mulher a viver profissionalmente de sua escrita, recupera figuras femininas de diferentes épocas — guerreiras, artistas, sábias, amantes e santas —, reinterpretando-as como símbolos de resistência e sabedoria. Recorrendo à história e às mitologias grega e romana, aos poemas de Ovídio e Virgílio, a episódios da Bíblia, contos de Boccaccio e mais um sem-número de fontes, Christine debate com grandes nomes do pensamento e da retórica, como Aristóteles, Cícero e muitos outros.


Com coragem e erudição, A Cidade das Mulheres aborda temas surpreendentemente modernos, como o estupro, a igualdade entre os sexos, o acesso das mulheres ao saber e o reconhecimento da autonomia do próprio desejo, revelando-se uma obra fundamental para a história das mulheres e sua longa trajetória de lutas por uma existência plena em todos os domínios da ciência, da cultura e da vida social.

Metadado adicionado por Editora 34 em 18/10/2024

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Metadados adicionados: 18/10/2024
Última alteração: 29/10/2024

Autores e Biografia

Pizan, Christine de (Autor) -

Nascida em Veneza, em 1364, Christine de Pizan mudou-se aos quatro anos de idade para Paris, onde seu pai trabalhou como secretário, astrólogo e médico do rei Carlos V, da França. Casou-se aos quinze anos com Étienne du Castel, um notário da corte francesa, dez anos mais velho. Quando este morreu, Christine, com 25 anos, viu-se em situação financeira precária e com a responsabilidade de sustentar sua família. Foi essa necessidade que a impeliu a escrever e depois montar um ateliê de manuscritos e iluminuras. Suas primeiras obras, compostas em verso, abordavam temas tradicionais da poesia cortês, mas rapidamente evoluíram para incluir reflexões mais complexas sobre a política, a moral e o papel das mulheres na sociedade. Christine alcançou grande notoriedade ao iniciar uma polêmica em torno do Roman de la Rose, um poema alegórico bastante difundido na época, cuja segunda parte era declaradamente misógina. Isso não apenas elevou sua reputação de escritora corajosa e independente, mas também destacou seu compromisso em defender a honra e a capacidade intelectual das mulheres, antecipando muitas das ideias que ela viria a desenvolver em A Cidade das Mulheres, sua obra mais célebre, concluída em 1405. Além desta, publicou muitos outros livros, entre eles Epistre au Dieu d’amours (1399), Le Dit de la Rose (1402), Le Livre du chemin de longue étude (1403), Le Livre des faits et bonnes moeurs du sage Roi Charles V (1404), e Le Livre des trois vertus (1405). Por volta de 1418, momento de grande instabilidade política na França, Christine de Pizan retirou-se para um convento em Poissy, perto de Paris, onde escreveu o poema Le Ditié de Jeanne d’Arc (1430), vindo a falecer em 1431.

; Bastos, Jorge Henrique (Tradutor) -

Jorge Henrique Bastos nasceu na cidade de Belém do Pará, e viveu em Portugal entre 1989 e 2006. Nesse país, trabalhou em jornais e revistas como o Diário de Lisboa, Independente, LER, Colóquio-Letras e Camões, além de colaborar no semanário Expresso, de 1994 a 2004. Em Lisboa, organizou o livro A criação do mundo segundo os índios Ianomami (1994) e a primeira edição portuguesa de Macunaíma, de Mário de Andrade (1998). Em 1998, publicou o livro de poemas de sua autoria, A idade do sol. Entre outros trabalhos, organizou os livros Poesia brasileira do século XX: dos modernistas à atualidade (2002) e O corpo o luxo a obra, de Herberto Helder (2000), o primeiro livro do poeta luso lançado em nosso país. De volta ao Brasil, estabeleceu-se em São Paulo, onde trabalhou como editor na Martins Fontes, no Empório do Livro e na B4 Editores. Como tradutor, verteu ao português, entre outras obras, Gaspar Noturno, de Aloysius Bertrand (2024), e dois livros de Antonin Artaud, Cartas de Rodez (tradução e notas, 2023) e O teatro e o seu duplo (tradução, posfácio e notas, 2024).

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