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Livro Impresso

Espirais da loucura
Cornélio Penna e Clarice Lispector



Bezerra, Cicero (Autor) - Cicero Cunha Bezerra é professor titular da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Graduado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), mestre em Filosofia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e doutor em Filosofia pela Universidad de Salamanca (Espanha, 2004). Realizou estágio pós-doutoral na Università Vita-Salute San Raffaele (Milão) e na Universidad de Sevilla (Espanha, 2023). É autor do livro Clarice Lispector: quando Deus acontece (Via Verita, 2021).; Santos, Josalba dos (Autor) - Josalba dos Santos é professora titular da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Graduada e mestre em Letras pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), doutorado e estágio pós-doutoral pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além de outro estágio pós-doutoral em Estudos Literários na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Líder do grupo de pesquisa “Estudos em Leitura Literária”.

Cicero Bezerra, Josalba dos Santos, Cornélio Penna, Clarice Lispector, Brasil, Literatura Brasileira, Estética, Filosofia, Escritores Brasileiros, Crítica, Interpretação, Linguagem, Introspecção, Loucura, Estados Mentais, Enfermidade Mental, Símbolo, Patologia, Romance, Realidade, Personagens, Narrativa, Escravidão, Patriarcado, Leitura Política, Liberdade de Criação


Sinopse

Cornélio Penna (1896-1958) e Clarice Lispector (1920-1977) não são exatamente da mesma geração de escritores, mas são de gerações que se conheceram e compartilharam certo intimismo, um gosto pela introspecção, um interesse por refletir menos sobre fatos e mais por estados mentais. Ambos escreveram romances nos quais prevalece um olhar sobre as mulheres, mulheres que flutuam entre a realidade e a loucura – uma loucura que às vezes é libertação e em outras é prisão.
A menina morta (1954), o romance de Cornélio Penna aqui analisado, realiza a loucura em diversas dimensões: da metafórica, passando pela patológica e atingindo a própria narração. Portanto, está além de uma mera questão temática, pois toca a construção do livro. Nessa medida, mais do que denunciar a escravidão e o patriarcado que assolaram – e ainda assolam – o Brasil, a loucura estaria a serviço de mostrar como esses sistemas interferiram na nossa forma de produzir literatura e até de existir. Ou seja, mesmo dizendo muito, podemos estar dizendo pouco ou de maneira alucinada aquilo que nos constitui enquanto nação – uma nação comprometida desde as bases.
Em Clarice Lispector, no recorte hermenêutico aqui apresentado, a loucura assume protagonismo como elo comum entre algumas personagens presentes em seus romances. Seria a loucura oposta à lucidez? Ou seria a loucura uma das formas lúcidas de se posicionar frente à esmagadora lógica do sentido que busca reduzir a liberdade a uma categoria ou deliberação puramente racional do indivíduo? Essas são algumas questões possíveis de serem postuladas a partir do confronto entre a escrita clariciana e certos aspectos filosóficos que, desde a Antiguidade grega, passando pela tradição judaico-cristã, figuram como reflexões que redimensionam a loucura, de seu aspecto puramente patológico, para uma perspectiva em que esta é pensada como expressão de transgressão e liberdade.

Metadado adicionado por Mauad Editora em 13/03/2024

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Metadados adicionados: 13/03/2024
Última alteração: 06/05/2024
Última alteração de preço: 06/05/2024

Sumário

DIAGNÓSTICO A QUATRO MÃOS
PREFÁCIO
O GROTÃO DAS LOUCAS: LOUCURA E SILÊNCIO EM A MENINA MORTA
Para começar
Brincar de intervir
Os que não podem brincar, mas brincam
A que deseja brincar, mas não pode
A que nunca brincou
Para finalizar: o silêncio
Referências
LOUCURA E SANTIDADE: A (IM)POSSÍVEL EXPERIÊNCIA DE LIBERDADE NA OBRA DE CLARICE LISPECTOR
Algumas questões preliminares
Marcas da loucura
A hora da idiota Macabéa
A loucura demoníaca: adentrando o inexpressivo sagrado
A fina morte
A força de um inferno
Água viva: louca vitalidade
Conclusões crônicas
Referências
POSFÁCIO
Um duplo gesto



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