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Livro Impresso

Não o amor, mas os arredores



Andrea Villa-Lobos, não, amor, arredores


Sinopse

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Não o amor, mas seus arredores tem como epígrafe Todas as cartas de amor de Fernando Pessoa e prossegue com um breve ensaio sobre o amor cingido pelo viés filosófico/psicanalítico. O amor nos poemas tenta apreender notas de um cheiro no rastro… do amante perto ou distante, como se perscrutasse o escondido na sombra, na réstia, no escuro… na falta. Falar do amor é tecer linhas, fios, teias, tramas… urdir trilhos para desejo, paixão… um trem de coisas a desfilar silenciosamente… É abrir veredas para silêncios e ruídos no trajeto por onde transitam solidão, incompletude, vazio… e a sinfonia da ausência. E no itinerário perder-se no paraíso das alegrias fugidias. Enfim, descobrir o esconderijo do mapa perdido e às vistas, é arriscar-se na trajetória, e fugir do vertiginoso lugar comum.

Dizer do já dito significa perseguir nova linguagem para as figuras de estilos, buscar tecidos raros, tintas outras, papéis, significantes para vestir cenários, paisagens, tramas, enredos, personagens… e tracejar linhas, colorir o branco, o vazio, atento ao seu eco redobrando o inaudível, e então urdir de motivos novos o bordado antigo.



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No livro Não o amor, mas os arredores a poesia margeia uma carta de amor sem sê-lo e também sem selo. Acanhamento diante da constatação pessoana de que todas as cartas de amor são ridículas? Duvido. É o oitavo livro da escritora Andrea Villa-Lobos, e o primeiro que ela assina com o nome de mulher. O estilo seguro nos conduz, com o melhor dos ritmos, pelas fibras sumarentas dos sentidos e das teias finas da ideia: confundem-se o carnal, o intimista e o universal. A sensibilidade é afinada como tem de ser essa ciência de perceber a relação estreita que há entre as folhas das palmeiras e as madeixas femininas: é um tal de arrumar madeixas /pisar de saltos, /dar de ombros… A melancolia, quando dá as caras, é pungente: Há algo em nós /que desde a superfície /ao íntimo não se gosta […] Um humor nos recolhe /entre páginas de um livro /feito uma descorada rosa. A selvageria do amor também tem seu tempo e seu tom, vai como que se produzindo por ondas ou – imagem sugestiva – por arquejos: à beira do roçado /no capim, no mato /por trás feito cavalo /e outros bichos tarados. Trata-se de uma obra em que cintilam imagens tangentes ao amor e ao fazer poético. E a erudição, muito presente, parece uma garantia permanente de que há mais cintilações que uma leitura única pode alcançar.



Vinícius Samuel

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Metadado adicionado por Kotter Editorial em 07/07/2023

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Metadados adicionados: 07/07/2023
Última alteração: 31/08/2023

Autores e Biografia

Villa-Lobos, Andrea (Autor)

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