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O abandono da educação do campo no Brasil
pistas para uma educação matemática descolonial



Alberto Luiz Pereira da Costa, abandono, educação, campo, Brasil, pistas, matemática, descolonial


Sinopse

Três palavras sintetizam este trabalho: matemática, filosofia e poesia.

O que era para ser uma investigação sobre a licenciatura da educação do campo com habilitação em matemática, tratada com base na educação popular, tornou-se um estudo de relativa abrangência quando a complexidade da proposta exigiu que o autor adentrasse as veredas históricas da educação no Brasil.

A constante busca por dados e fatos que dessem conta de percorrer, com uma visada crítica, os meandros históricos e filosóficos do ensino no Brasil, das escolas jesuíticas às atuais escolas do campo, norteou a trajetória de Alberto Luiz Pereira da Costa por diversas veredas epistemológicas que, de início, pareciam inconciliáveis, mas que, ao fim e ao cabo, acabaram convergindo para a comprovação das hipóteses e para o estabelecimento de algumas respostas às inquietações que se impuseram ao longo da pesquisa.

Aliando espírito crítico e sensibilidade poética, o autor visitou poetas e filósofos como Pessoa e Drummond, Benjamin e Foucault, para tratar de questões que relacionam educação, ensino da matemática, história, política e resistência – resistência, aliás, por suas múltiplas faces. Por um lado, resistência ao cumprimento do estágio supervisionado em matemática, o que o autor atribui, em parte, não à simples apatia da comunidade universitária, mas também à forte vinculação do plano de estágio analisado a práticas educacionais não condizentes com a realidade do público-alvo: o aluno do campo. Por outro, resistência política e ideológica à implantação do curso de Licenciatura em Educação do Campo na instituição federal investigada; e esta se sobressaiu como uma das maiores preocupações do autor deste trabalho. Foram os referidos entraves políticos-ideológicos e as inquietações relacionadas que impulsionaram a busca, nos quatro capítulos que compõem este trabalho, dos porquês por trás das estatísticas e das contradições do sistema educacional brasileiro.

Causou espanto ao autor de O Abandono da Educação do Campo no Brasil: pistas para uma educação matemática descolonial o fato de existirem ainda algumas escolas, inclusive nas zonas rurais e nas periferias do Brasil, que adotam grades de ferro para manter os alunos no interior dos estabelecimentos, à semelhança das escolas do século XVIII, as quais, segundo Foucault (2007), ordenavam os alunos por “classe” e “fileiras” para mantê-los sob os “olhares do mestre”. Ao seguir os rastros dessas práticas, deparou-se, ainda nos tempos da casa grande, com meninos sisudos e de ar tristonho, com cabelos bem penteados, vestidos de preto e de colarinho duro; meninos que aos sete anos já sabiam de cor os nomes das capitais europeias, as quatro operações, declinar em latim e recitar em francês: “uns homenzinhos à força”, no dizer de Gilberto Freyre, ao que, mais tarde, teria reagido jocosamente Darcy Ribeiro: “Civilização nos trópicos não dá!”

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Metadado adicionado por Kotter Editorial em 06/04/2023

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Metadados adicionados: 06/04/2023
Última alteração: 26/06/2023

Autores e Biografia

Costa, Alberto Luiz Pereira da (Autor)

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