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Crônicas da Pan-Amazônia



Crônica, Literatura brasileira, amazônia, meio ambiente, sustentabilidade, biodiversidade


Sinopse

Era uma vez um suntuoso verde que sobrevivia no altívolo da natureza
caudalosa. As árvores não eram ceifadas, os varadouros não eram cerceados,
a exuberância verdejante não cessava e a dadivosa mata continuava a abrir
suas janelas imaginárias para que o diáfano divino adentrasse silenciosamente
e iluminasse a sua beleza maternal.

Embevecida pelo encadeamento arraigado de suas coletividades
originárias, a verde mata continuava maviosa na sua magnitude imponente e
originalmente aprazível na concatenação iniludível com seus atores sociais.
Na estesia colossal e briosa de sua benevolência, a fabulosa mata
não perdia seu esplendor e continuava impoluta no seu imensurável mundo
singular, plural e holístico. Na sua peculiar contemplação, enquanto estava sob
a proteção de seus guardiães originais, ela lhes proporcionava uma moradia
salutar, desmesurada e devaneante, como uma forma sublime e telúrica de
manter a sua exuberância cósmica, transcendentalmente entranhada ao ser de
cada coletividade que divinalmente a exaltasse numa dimensão cosmogônica e
harmoniosa entre o homem e a natureza.

Mas a verde mata foi facciosamente sendo enclausurada pela sociedade
envolvente, seus guardiães foram sendo ludibriados, o sol transformou-se
num pai causticante, a terra mãe, sem comiseração, foi posta em estado de
coerção, e a contumácia humana em estado debelatório e possuída por um
malévolo desatino, provocou o descalabro desditoso do sagrado lar da verde
mata.

A descomedida consciência humana em seu ato desvairado, anunciou
um embate enrijecido e um ódio profundo pela natureza e pelas coletividades
originárias e tradicionais da estetizante e virtuosa alma amazônica. O
abrutamento exacerbado do homem no ápice de sua ignorância, dilacerou o
relacionamento devaneante da memória coletiva com as encantarias florestais
da dimensão cósmica divinal.

Esmaecida diante da aversão humana, a verde mata tombava
agonizando, como que abdicando à sua opulência majestosa. Seus
guardiães eram criminalmente asfixiados, encurralados, desterritorializados e
afrontosamente condenados ao cortejo fúnebre de pesaroso infortúnio. Sem
comiseração, nem complacência, a força coercitiva do capital, culminava numa debilitação defraudada e degradante das minorias sociais excludentes e de
seus tradicionais modos de vida.

O delituoso ato da derrocada humana demonstrava com clarividência
a estagnação tendenciosa de um estado desmoralizante e a sua visível
discrepância em atuar na defesa dos direitos das classes marginalizadas da
floresta em decadência.

O advento do ecocídio e do etnocídio de coletividades ancestrais, só
reforça o intrigante embuste de um poder público que precisa urgentemente
ser repensado, desemperrando suas ações e dinamizando na forma da lei, o
enfrentamento à essas práticas genocidas e reacionárias que maculam de forma
aviltante a nossa respeitosa carta magna.

Se a empáfia esdrúxula e criminosa de setores da sociedade envolvente,
provocou a morte da verde mata e matou seus autênticos guardiães, certamente,
os nossos direitos, eles nunca matarão.

Metadado adicionado por Atena Editora em 29/10/2025

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Metadados adicionados: 29/10/2025
Última alteração: 29/10/2025

Autores e Biografia

Santana, Francisco Marquelino (Autor)

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